Bendine se torna réu por lavagem de milhões e outros crimes

Publicado em: 24/08/2017 às 17:54 | Atualizado em: 24/08/2017 às 17:54

O juiz federal Sérgio Moro aceitou a denúncia contra o ex-presidente da Petrobrás e do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, preso no mês passado por suspeita de receber propina para beneficiar a empreiteira Odebrecht.

Na decisão, desta quinta-feira (24), o magistrado entendeu haver elementos suficientes de autoria e materialidade para que Bendine se torne réu e seja julgado por crimes como lavagem de dinheiro e corrupção.

De acordo com a denúncia oferecida pelos procuradores da força-tarefa da Operação Lava Jato, Bendine (foto) recebeu R$ 3 milhões em espécie para favorecer a empresa Odebrecht Ambiental.

Ele e outras cinco pessoas, dentre elas o empreiteiro Marcelo Odebrecht, são acusados dos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, pertinência à organização criminosa e obstrução de Justiça.

 

Operação Cobra

A denúncia tem por base as investigações referentes à 42ª fase da Lava Jato, denominada Operação Cobra, deflagrada no dia 27 de julho.

De acordo com os investigadores, Bendine pediu à Odebrecht propina de R$ 17 milhões quando ainda era presidente do Banco do Brasil para viabilizar a rolagem de dívida de um financiamento da Odebrecht Agroindustrial.

À época, os executivos da empreiteira negaram o pedido por entender que Bendine não teria capacidade de influenciar no contrato.

Em 2015, pouco antes de assumir a presidência da Petrobrás, Bendine teria pedido nova propina à Odebrecht para atuar no interesse da empresa junto à petrolífera. Dessa vez, o ex- presidente da empreiteira Marcelo Odebrecht e o executivo Fernando Reis optaram por pagar a propina de R$ 3 milhões.

 

Contratos fictícios

Os indícios mostram que os pagamentos foram feitos em três repasses de R$ 1 milhão, todos em 2015, por meio de contratos fictícios de consultoria junto a uma empresa laranja, informou o MPF.

Além de Bendine e Odebrecht, são réus no mesmo processo o então presidente da Odebrecht Ambiental, Fernando Luiz Ayres Santos Reis, o doleiro Álvaro Novis, conhecido como Paulistinha, e os operadores Antônio Carlos Vieira da Silva e André Gustavo Vieira da Silva.

Bendine presidiu o Banco do Brasil entre abril de 2009 e fevereiro de 2015, quando substituiu Graça Foster na presidência da Petrobrás.

Fonte: Agência Brasil

 

Foto: Ueslei Marcelino/Reuters