Atraso do Congresso faz governo empenhar apenas 18% de emendas
Com Orçamento aprovado só em abril, governo separou verba de menos de um quinto das emendas parlamentares

Adrissia Pinheiro
Publicado em: 04/07/2025 às 15:21 | Atualizado em: 04/07/2025 às 15:21
Metade do ano se passou, mas o governo Lula só empenhou 18,3% das emendas individuais ao Orçamento de 2025. Os dados são do Siop (Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento) e refletem a baixa execução das verbas definidas por parlamentares até 2 de julho.
A taxa é baixa nas duas Casas: 17,6% na Câmara dos Deputados e 20,9% no Senado. Cada deputado tem R$ 37 milhões para indicar; cada senador, R$ 68 milhões.
O empenho é o primeiro passo da execução, quando o governo reserva o dinheiro, mas ainda não o gasta. Só depois ocorrem a liquidação e o pagamento.
Apesar de obrigatórias, as emendas dependem do ritmo do governo. E a lentidão tem gerado insatisfação no Congresso. Nas últimas semanas, o Planalto sofreu derrotas em série, como a derrubada de vetos e a abertura de uma CPMI sobre o INSS.
A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, afirmou que o atraso ocorre porque o Congresso demorou a aprovar o Orçamento, que o governo só sancionou em abril. Segundo ela, a execução já está em curso. “O governo não está agindo deliberadamente nem tem qualquer intenção de retardar a execução das emendas e prejudicar parlamentares.”
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Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil