Atitude de deputado de romper corrente é inaceitável, diz MPF

A atitude de desbloquear a BR-174 em área indígena à força será investigada

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Publicado em: 02/03/2020 às 21:05 | Atualizado em: 03/03/2020 às 07:09

 A atitude do deputado Jeferson Alves (PTB-RR), de romper a corrente na entrada da aldeia dos índios Waimiri-Atroari, na BR-174, foi reprovada pelo Ministério Público Federal (MPF). 

E a Câmara de Populações Indígenas e Comunidades Tradicionais do MPF afirmou, em nota pública, nesta segunda-feira, 2, ser “inaceitável” a conduta do parlamentar. 

A reportagem é do Estadão que está publicada também no “O Estado de Minas”.

Jeferson cortou, com um alicate e uma motosserra corrente que controlava acesso à rodovia BR-174.
Toda a ação foi gravada e divulgada pelo parlamentar nas redes sociais.  

Apoiado por outras pessoas, Jeferson Alves rompeu a corrente dizendo que “nunca mais” a rodovia será fechada.

“Presidente Bolsonaro, é por Roraima, é pelo Brasil, não a favor dessas ONGs que maltratam meu Estado”, afirmou no vídeo.
O acesso pela estrada é controlado durante a noite pelos índios, com restrições de passagem para caminhões.  

A terra indígena também está no meio de uma polêmica.  Uma linha de transmissão de energia, que passaria pela reserva, ao largo da estrada, está indefinida. 

A rodovia corta a Terra Indígena Waimiri Atroari, situada entre Roraima e no Amazonas.

 

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Mau exemplo

Segundo a procuradoria, ações como a do deputado podem “incitar graves conflitos sociais, práticas racistas e violência contra minorias”.

Pode causar ainda, segundo a nota, “depredação do patrimônio público da União, promovendo insegurança jurídica”.

Para o MPF, “o texto afirma que essas situações exigem a devida apuração legal e a responsabilização dos autores”.

E isso já “está sendo providenciado no caso do ataque à Terra Indígena Waimiri Atroari“.

A Procuradoria afirma que “é inaceitável que autoridades públicas se arvorem a fazer justiça com as próprias mãos, desrespeitando as leis e a Constituição da República”. 

Leia mais no Estado de Minas.

 

Foto: SupCom ALE-RR/arquivo