Assassino de petista efetuou 13 disparos, aponta laudo

O documento descartou ainda que o assassino do petista, o agente penal federal Jorge Guaranho, tenha tido o carro atingido por pedras atiradas por Marcelo Arruda

Publicado em: 26/07/2022 Ă s 08:59 | Atualizado em: 26/07/2022 Ă s 08:59

Pelo menos 13 disparos foram efetuados durante confronto que matou o guarda municipal e tesoureiro do PT, Marcelo Arruda, na sua festa de aniversĂ¡rio, em Foz do Iguaçu. É o que aponta o laudo da PolĂ­cia CientĂ­fica do ParanĂ¡.

O documento descartou ainda que o assassino do petista, o agente penal federal Jorge Guaranho, tenha tido o carro atingido por pedras atiradas por Arruda, como constava no depoimento Ă  polĂ­cia da mulher do agente penal.

Conforme o laudo de 32 pĂ¡ginas, que foi anexado ao processo na sexta-feira, (25), foram encontradas na AssociaĂ§Ă£o Recreativa e Esportiva SaĂºde FĂ­sica (Aresf), local da festa, 13 estojos de arma ponto 380, alĂ©m de um estojo de arma calibre ponto 40.

No entanto, a PolĂ­cia CientĂ­fica nĂ£o identificou quais cartuchos foram utilizados pela arma de Guaranho e quais teriam sido disparados por Arruda.

Arruda foi morto no dia 9, quando celebrava 50 anos em uma festa com o tema PT e o ex-presidente Luiz InĂ¡cio Lula da Silva.

Conforme a denĂºncia do MinistĂ©rio PĂºblico Estadual no ParanĂ¡ (MP-PR), o agente penal, simpatizante do presidente Jair Bolsonaro (PL), teve acesso a imagens de cĂ¢meras de segurança da associaĂ§Ă£o e foi atĂ© a Aresf, onde parou o carro em frente ao salĂ£o onde ocorria o aniversĂ¡rio de Arruda com o som alto com uma mĂºsica que exaltava o presidente.

Conforme testemunhas, ele ainda começou a gritar “mito”, “aqui Ă© Bolsonaro” e iniciou uma discussĂ£o com Arruda – eles nĂ£o se conheciam.

O guarda municipal entĂ£o atirou terra em Guaranho, que estava no seu veĂ­culo com a mulher e o filho de 3 meses. O laudo da PolĂ­cia CientĂ­fica cita ter encontrado “sujidades” no banco dianteiro esquerdo e direito; no assoalho; na coluna de direĂ§Ă£o; no painel; no difusor de ar lateral esquerdo; console da porta dianteira direita; e regiĂ£o esquerda do banco traseiro.

O documento contraria o depoimento da mulher de Guaranho, que afirma que seu marido havia sido atingido por pedras ao sair do local, deixĂ¡-la em casa e voltar para a Aresf, onde jĂ¡ chegou atirando. Conforme a mulher do assassino, ele teria se sentido “humilhado”.

ApĂ³s Guaranho efetuar disparos, Arruda revidou e, mesmo ferido, atingiu o agente penal com quatro tiros.

Na semana passada, a Justiça aceitou a denĂºncia e tornou o agente penal rĂ©u, por homicĂ­dio duplamente qualificado. O MP-PR apontou diferenças polĂ­tico-partidĂ¡rias como motivador do ataque contra o petista. Para a Promotoria, a morte de Arruda ocorreu por motivo fĂºtil – a outra qualificadora foi colocar a vida de mais pessoas em risco.

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