Amazonas deve ter saldo positivo com tarifaço dos EUA, aponta estudo
Levantamento é do Cedeplar/UFMG, que aponta que o Amazonas deve se beneficiar do rearranjo global provocado por Trump.

Neuton Corrêa, da Redação do BNC Amazonas
Publicado em: 08/08/2025 às 08:41 | Atualizado em: 08/08/2025 às 08:41
Enquanto a maior parte dos estados brasileiros sofrerá impactos negativos com a nova rodada de tarifas impostas pelos Estados Unidos, o Amazonas deve registrar saldo positivo.
A conclusão é de novo estudo do Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional (Cedeplar), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que analisou os efeitos diretos e indiretos da medida na economia brasileira.
A informação foi publicada nesta sexta-feira, 8 de agosto, pelo jornal Valor Econômico.
Em estudo anterior, o Cedeplar apontava saldo negativo para o Amazonas. Agora, a entidade ampliou seus dados com uma lupa global.
O trabalho avaliou não apenas o impacto imediato das tarifas sobre produtos exportados ao mercado americano, mas também o rearranjo global no comércio, provocado pelas retaliações e ajustes entre diferentes países.
Segundo os pesquisadores, esse “reequilíbrio” reduzirá significativamente as perdas previstas para o Brasil e até beneficiará alguns estados e setores.
No caso do Amazonas, o resultado projetado é um ganho de 0,1 ponto percentual no PIB ao longo de dois anos. Isso significa que, mesmo diante da taxação de produtos por parte dos EUA, a economia amazonense será favorecida por aumentos de demanda em outras áreas, especialmente em função das mudanças no comércio internacional.
De forma geral, o impacto direto das tarifas sobre o Brasil levaria a uma perda de 0,26 ponto percentual do PIB nacional, o equivalente a US$ 31 bilhões.
Mas, considerando os efeitos indiretos — como novas oportunidades de exportação para países afetados pela tarifa americana —, essa perda cai para 0,1 ponto percentual, ou cerca de US$ 12 bilhões.
O estudo indica que setores como o de grãos e cereais podem até ampliar sua participação no mercado, enquanto outros, como o automotivo, sentirão mais o peso da medida.
No Amazonas, a composição da pauta exportadora e a realocação de demandas externas explicam o desempenho positivo esperado.
Leia na íntegra no Valor Econômico.
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Foto: Janailton Falcão/AmazonasTur