Alcolumbre diz que anistia a golpistas nĂ£o Ă© de interesse do brasileiro

Sobre Bolsonaro, presidente do Senado afirmou que ele jĂ¡ tem direito a ampla defesa

CPI contra facções e milícias deve ser a primeira de Alcolumbre

Bruna Lira, da redaĂ§Ă£o do BNC Amazonas

Escrito por Bruna Lira

Publicado em: 20/02/2025 Ă s 11:09 | Atualizado em: 20/02/2025 Ă s 11:10

O presidente da ComissĂ£o de ConstituiĂ§Ă£o e Justiça (CCJ) do Senado, Davi Alcolumbre (UniĂ£o-AP), declarou nesta quarta-feira que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tem direito Ă  ampla defesa e ao contraditĂ³rio diante da denĂºncia apresentada pela Procuradoria-Geral da RepĂºblica (PGR) no Supremo Tribunal Federal (STF).

 A acusaĂ§Ă£o envolve crimes relacionados a uma suposta tentativa de golpe de Estado para impedir a posse de Luiz InĂ¡cio Lula da Silva.

Durante entrevista, Alcolumbre ressaltou que, caso o STF aceite a denĂºncia, Bolsonaro deverĂ¡ utilizar todos os recursos legais disponĂ­veis para se defender. “Nosso ordenamento jurĂ­dico garante a ampla defesa a todos, independentemente do cargo ou da funĂ§Ă£o que ocuparam”, afirmou o senador.

O parlamentar, contudo, evitou aprofundar-se sobre um eventual apoio a uma anistia para o ex-presidente e seus aliados. Segundo ele, o tema nĂ£o estĂ¡ em discussĂ£o no Senado neste momento. “NĂ£o hĂ¡ qualquer movimentaĂ§Ă£o concreta nesse sentido. O foco do Congresso Ă© outro”, despistou.

DenĂºncia

A denĂºncia contra Bolsonaro, apresentada pelo procurador-geral da RepĂºblica, Paulo Gonet, sustenta que o ex-presidente comandou um grupo organizado para tentar reverter o resultado das eleições de 2022 por meio de atos ilegais.

Outros 33 aliados foram incluĂ­dos na acusaĂ§Ă£o, que cita crimes como tentativa de aboliĂ§Ă£o do Estado DemocrĂ¡tico de Direito e golpe de Estado.

Enquanto aliados de Bolsonaro, como o governador de SĂ£o Paulo, TarcĂ­sio de Freitas (Republicanos), afirmam que o ex-presidente jamais incentivou ações contra a democracia, investigações apontam que ele manteve encontros com militares e assessores para discutir estratĂ©gias de subversĂ£o institucional. AlĂ©m disso, Bolsonaro repetidamente questionou, sem provas, a segurança das urnas eletrĂ´nicas.

O STF ainda nĂ£o definiu uma data para avaliar a denĂºncia da PGR. Caso seja aceita, Bolsonaro e os demais acusados passarĂ£o Ă  condiĂ§Ă£o de rĂ©us, dando inĂ­cio ao processo judicial que poderĂ¡ levĂ¡-los a julgamento.

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Foto: Geraldo Magela/AgĂªncia Senado