Advogado acusa Bretas e MP de manobra contra Gilmar da Lava Jato

Em seu acordo de colaboraĂ§Ă£o, aceito pela PGR hĂ¡ cerca de dois meses, o advogado delator conta a versĂ£o na qual inclui a participaĂ§Ă£o do MinistĂ©rio PĂºblico Federal na manobra

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Publicado em: 06/06/2021 Ă s 15:47 | Atualizado em: 06/06/2021 Ă s 15:47

O advogado criminalista Nythalmar Dias Ferreira Filho disse, em delaĂ§Ă£o premiada, que o juiz da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, Marcelo Bretas (foto), manobrou para afastar da Lava Jato o ministro Gilmar Mendes, do STF.

Nythalmar Filho delatou tambĂ©m que a entĂ£o força-tarefa articulou com Bretas a manobra para retirar Mendes dos casos relacionados ao petrolĂ£o no Rio. A reportagem Ă© da Veja.

A ediĂ§Ă£o desta semana da revista publica, com exclusividade, os anexos da delaĂ§Ă£o premiada de Nythalmar Filho, acusado pelo MinistĂ©rio PĂºblico de trĂ¡fico de influĂªncia e exploraĂ§Ă£o de prestĂ­gio.  

De acordo com procuradores da Lava Jato, Nythalmar vendia a investigados encrencados com a justiça facilidades junto Ă  7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, comandada por Bretas.

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Em seu acordo de colaboraĂ§Ă£o, aceito pela Procuradoria-geral da RepĂºblica (PGR) hĂ¡ cerca de dois meses, porĂ©m, o advogado conta outra histĂ³ria, a que inclui a participaĂ§Ă£o do MinistĂ©rio PĂºblico Federal (MPF).

Suposta manobra

Mendes Ă© o relator dos recursos que chegam ao Supremo Tribunal Federal (STF) questionando decisões do braço fluminense da Lava Jato, Ă© conhecido como um crĂ­tico Ă¡cido da operaĂ§Ă£o e frequentemente derruba ordens de prisĂ£o decretadas por Bretas. 

Conforme a versĂ£o apresentada pelo delator, a ideia da Lava Jato e do juiz Bretas era utilizar um caso envolvendo o ex-diretor da empresa paulista de infraestrutura rodoviĂ¡ria (Dersa) Paulo Vieira de Souza, investigado originalmente em SĂ£o Paulo, e alegar que as suspeitas de que o dirigente era alvo tinham relaĂ§Ă£o com casos investigados no Rio.  

Se a manobra fosse vitoriosa, diz, Bretas e os procuradores conseguiriam alterar nas instĂ¢ncias superiores os juĂ­zes responsĂ¡veis pela Lava-Jato fluminense atĂ© chegar ao Supremo, onde o caso era tocado por Gilmar Mendes.

Conhecido como Paulo Preto, Souza foi apontado por delatores como o operador de propinas de polĂ­ticos do PSDB, partido que mantĂ©m histĂ³ricas relações com Mendes.

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Foto: Fernando FrazĂ£o/ABr/Fotos PĂºblicas