União Brasil teme influência de Bolsonaro em caso de inelegibilidade de Caiado

A relação entre os dois tem sido marcada por desentendimentos, como evidenciado nas recentes eleições municipais

Mariane Veiga

Publicado em: 15/12/2024 às 20:39 | Atualizado em: 16/12/2024 às 11:54

Integrantes do União Brasil temem possível interferência de Jair Bolsonaro (PL) no julgamento da inelegibilidade do governador de Goiás, Ronaldo Caiado, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

A decisão da juíza Maria Umbelina Zorzetti, da 1ª Zona Eleitoral de Goiânia, que tornou Caiado inelegível por oito anos, gerou inquietação nos aliados do governador, especialmente em relação ao papel de ministros indicados pelo ex-presidente na corte eleitoral. A informação foi publicada neste domingo (15) pelo colunista Igor Gadelha, do Metrópoles. 

A inelegibilidade de Caiado, anunciada no último dia 11 de dezembro, pode ser revertida no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de Goiás, onde o governador aposta que seu recurso será acolhido.

No entanto, o Ministério Público Eleitoral também pode recorrer da decisão, levando o caso ao TSE, onde o julgamento pode ocorrer sob a presidência de dois ministros próximos a Bolsonaro: Nunes Marques e André Mendonça.

Nunes Marques assumirá a presidência do TSE em junho de 2026, justamente no período das eleições presidenciais, e Mendonça ocupará o cargo de vice-presidente da corte.

Dessa maneira, a sigla avalia que Bolsonaro pode exercer influência sobre os ministros, considerando principalmente o vínculo político entre o ex-presidente e Caiado.

O governador, que encerra seu segundo mandato em 2026, tem se posicionado como pré-candidato à presidência, no mesmo espectro político de Bolsonaro.

A relação entre os dois, no entanto, tem sido marcada por desentendimentos, como evidenciado nas recentes eleições para a Prefeitura de Goiânia, quando Caiado apoiou Sandro Mabel (União Brasil) e Bolsonaro apoiou Fred Rodrigues (PL).

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Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil