Citado no áudio dos insultos do filho ao pai Bolsonaro, Temer se inquieta

Ex-presidente minimiza citação em mensagem de Eduardo Bolsonaro e defende diálogo respeitoso em momentos de crise.

Publicado em: 22/08/2025 às 15:29 | Atualizado em: 22/08/2025 às 15:29

O ex-presidente Michel Temer (MDB) foi citado em uma das mensagens enviadas pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) ao pai, Jair Bolsonaro, durante as investigações da Polícia Federal (PF) sobre a trama golpista.

No conteúdo revelado pelo relatório da PF, Eduardo demonstra irritação por ter sido chamado de “imaturo” pelo ex-presidente em entrevista ao portal Poder 360 e, em tom de cobrança, pede mais respeito do pai, usando Temer como exemplo. “Quero que você olhe para mim e enxergue o Temer. Você falaria isso do Temer?”, escreveu o parlamentar.

Questionado sobre o episódio, Temer minimizou a menção ao seu nome e disse ver a mensagem como um “desabafo de filho para pai”, classificando a situação como estritamente familiar, sem espaço para maiores comentários.

O emedebista afirmou ainda não conhecer o contexto em que foi incluído na conversa, mas reforçou sua defesa pelo diálogo como caminho para superar crises.

“Em qualquer situação de crise, nada mais aconselhável e produtivo do que um bom diálogo, um diálogo respeitoso. Essa é uma premissa imprescindível para se chegar a um bom termo”, declarou.

Apesar de não ter relação direta com a disputa familiar exposta, Temer mantém um histórico de boa convivência com Jair Bolsonaro.

O ex-presidente já declarou em diferentes ocasiões que várias das reformas estruturais iniciadas em sua gestão foram continuadas pelo sucessor, especialmente nas áreas econômica e administrativa.

A menção a Temer no inquérito da PF evidencia como o ambiente político e as disputas internas no núcleo bolsonarista podem acabar envolvendo figuras externas, ainda que de maneira indireta.

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Ao adotar um tom conciliador, o emedebista evita se colocar no centro da polêmica e reforça sua imagem de articulador político, alguém que, mesmo citado em meio a crises, prega o respeito e o diálogo como formas de mediação.

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Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil