Posse de desembargador é marcada por comoção e ausência de Braga

Publicado em: 19/06/2018 às 06:56 | Atualizado em: 19/06/2018 às 09:51

A posse do desembargador Délcio Luís Santos nesta segunda-feira, dia 18, foi uma cerimônia das mais  disputadas por advogados entre as últimas cerimônias do judiciário. Estavam presente para prestigiá-lo os adversários dele nesta disputa Silvio Costa, Charles Garcia e Felipe Thury. Outros nomes respeitados na advocacia como Félix Valois também o prestigiaram. Valois foi incensado até pelo presidente do TJ-AM, Flávio Pascarelli.

 

Advogado Félix Valois prestigiou a posse do desembargador Délcio Santos. Foto: Rosiene Carvalho

 

O destaque

Em praticamente todos os discursos de homenagem a Délcio  Santos, o nome de Pascarelli foi lembrado como o grande responsável  pelo preenchimento  da 26 vagas  de segundo grau no TJ-AM, dando cumprimento à Lei Complementar 126/2013, que elevou de 19 para 26 o número de membros da Corte Estadual amazonense. A juíza Mônica Raposo, presidente em exercício da  Associação de Magistrados do Amazonas, declarou: “O mérito é seu presidente”, disse.

 

Constrangimento 1

Estava presente na cerimônia, ouvindo todas as deferências a Pascarelli, o desembargador Ari Moutinho, presidente do tribunal quando o polêmico projeto foi  apresentado e aprovado. Na ocasião, a grande crítica ao judiciário era que o mesmo pensava em aumentar o número de vagas no segundo grau sem resolver o gargalo das varas do interior do Estado onde havia maior acúmulo de processos. Antes de preencher as vagas de desembargador, Flávio Pascarelli nomeou, pela primeira vez na história do TJ-AM, juízes para todas as varas dos município do interior do Estado.

Desembargador Ari Moutinho na posse de Délcio Santos no TJ-AM. Foto: Raphael Alves/Divulgação

 

Constrangimento 2

Mônica Raposo causou frisson e teve o discurso muito comentado após a posse em função de uma alfinetada no festejado presidente do TJ-AM, Flávio Pascarelli. É que a magistrada, depois de elogiar o preenchimento das vagas de primeiro e segundo grau pela atual gestão, cobrou apoio e estrutura para trabalho no primeiro grau na capital. Pascarelli está em fim de mandato.

 

Carioca

Trechos da história de vida de Délcio Santos foram lembrados pelos que o homenagearam: carioca, trabalhou na Varig, iniciou três faculdades antes de cursar Direito e casou com a amazonense Huguette Santos e veio morar no Amazonas. Huguette é irmã do desembargador do TJ-AM Jomar Fernandes e do jurista membro do TRE-AM Júnior Fernandes.

 

Emocionado

Em seu  discurso de posse, Délcio embargou a voz por várias vezes agradecendo a presença de advogados amigos e de familiares.

 

Ambiente  familiar

Aliás, com a nomeação de Délcio Santos no TJ-AM aumenta para três as duplas de parentes no segundo grau do judiciário amazonense. Além dele e do cunhado Jomar Fernandes, a quem chamou de irmão no discurso, estão os primos e Flávio Pascarelli Lopes e o desembargador Jorge Manoel Lopes Lins; e os irmãos Yêdo Simões e Elci Simões.

Ausente

A ausência do senador Eduardo Braga (MDB), seu mais famoso e importante cliente enquanto atuou na advocacia, foi notada na cerimônia. Braga é considerado o nome mais influente na nomeação de Délcio pelo governador Amazonino Mendes. É possível que se este ato ocorresse há oito meses, quando Braga estava distante politicamente de Amazonino e o governador próximo do senador Omar Aziz (PSD), o nome de Délcio fosse rejeitado.

 

Representantes

Apesar da ausência de Braga, sua mulher e suplente no Senado, Sandra Braga, compareceu à posse acompanhada da ex-secretária do governo Braga e presença constante em suas campanhas, Nádia Ferreira. Além de Rodolfo Braga, primo do senador.

Mulher de Eduardo Braga, Sandra Braga, comparece à posse de Délcio Santos. Foto: Raphael Alves/Divulgação TJ-AM