Paulo Paiakan, o terceiro cacique a ser vencido pelo coronavírus
Paulo Paiakan foi um dos guerreiros na luta, em vão, contra a construção da Hidrelétrica de Belo Monte, e tinha, em sua ficha, uma condenação por estupro.

Publicado em: 17/06/2020 às 19:36 | Atualizado em: 17/06/2020 às 19:36
O líder indígena kaiapó Paulo Paiakan (foto) morreu, nessa terça-feira (16), vítima do coronavírus (covid-19), conforme publicação da IstoÉ.
O cacique Paiakan, 66 anos, ganhou fama mundial por liderar a luta contra a construção da hidrelétrica de Belo Monte na década de 1980.
Ele morreu em um hospital na cidade de Redenção, no norte do Pará, de acordo com Gert-Peter Bruch, fundador da ONG Planeta Amazônia.
Outros dois casos de morte de caciques por covid-19 aconteceram em maio. Assim, no dia 8, morreu o cacique Zé Carlos, de 41 anos, da etnia Arara, também no Xingu (PA).
Também no dia 14, morreu o cacique Messias Kokama, de 53 anos, na comunidade Parque das Tribos, na periferia de Manaus.
O avanço da doença no interior da Amazônia, entretanto, preocupa as lideranças indígenas. No Vale do Javari (AM), por exemplo, o número de morte por coronavírus se aproxima dos 300.
Paiakan “trabalhou a vida inteira para construir alianças em todo o mundo com o objetivo de salvar a Amazônia”, disse Bruch à AFP.
“Ele estava muito à frente do seu tempo. Perdemos um guia muito valioso”, conforme Bruch.
A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) manifestou-se sobre a perda.
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Foto: Reprodução/Vide Versus