Pará no caos da covid, governador gasta R$ 147 milhões em estádio

Semanas antes de anunciar a reforma do estádio de futebol, Barbalho fora acusado de práticas delituosas na compra de respiradores para tratamento de pacientes acometidos pela covid-19

Governador

Publicado em: 20/04/2021 às 14:53 | Atualizado em: 20/04/2021 às 19:23

O governador do Pará, Helder Barbalho (MDB-PA), assinou em 26 de fevereiro de 2021 a ordem de serviço da reforma do Estádio Estadual Jornalista Edgar Proença, o Mangueirão, com custo superior a R$ 146 milhões.

“Vamos ampliar a capacidade de público para mais de 50 mil pessoas, fazendo com que esse estádio seja um dos maiores do Brasil, à altura da paixão do [povo] paraense pelo esporte”, destacou o governador.

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MP paraense pede afastamento de Helder Barbalho por improbidade

Semanas antes de anunciar a reforma do estádio de futebol, Barbalho fora acusado de práticas delituosas na compra de respiradores para tratamento de pacientes acometidos pela covid-19.

Segundo a Polícia Federal, os gastos somaram R$ 50 milhões. Em março, o Ministério Público do Pará (MPPA) pediu o afastamento do governador por improbidade administrativa; já em abril, foi a vez de a Justiça determinar o bloqueio de bens que estão em nome de Helder Barbalho.

Respiradores

A subprocuradora-geral da República Lindôra Maria Araújo não tem dúvida e que houve negociata na compra de respiradores.

Assim, ela escreveu na representação enviada ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) para deflagrar a operação “Para Bellum”, na quarta (10).

De acordo com o Jornal de Brasília, Lindôra escreveu: “É induvidoso que ocorreu uma franca negociata” entre o governador Helder Barbalho e André Felipe de Oliveira da Silva”.

André é o responsável pela empresa que firmou contrato de R$ 50,4 milhões para fornecimento dos respiradores ao estado.

Segundo Lindôra, ilegalidades e fraudes praticadas pelo chefe do Executivo paraense foram “ratificadas por meio de uma sequência de atos destinados à montagem fraudulenta de procedimento de dispensa de licitação”. 

O documento da Procuradoria-Geral da República, no entanto, foi importante para a deflagração da operação.

Dessa forma, o ministro Francisco Falcão autorizou a realização de 23 buscas em sete estados.

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Foto: Reprodução/Facebook