OAB tenta evitar transferência do ex-chefe da Casa Civil para presídio

Publicado em: 13/12/2017 às 14:56 | Atualizado em: 13/12/2017 às 17:05
Da Redação
A Ordem dos Advogados do Brasil no Amazonas (OAB-AM) solicitou à juíza federal Ana Paula Serizawa Silva Podedworn que o ex-chefe da Casa Civil Raul Zaidan, que é advogado, não seja transferido para o sistema penitenciário do Estado em função dos riscos que profissionais da categoria correm nesta condição.
O presidente da OAB-AM, Marco Aurélio Choy, afirmou que esta é uma medida adotada pela ordem todas as vezes que há a prisão de algum advogado.
O delegado federal responsável pela operação “Custo Político”, Alexandre Teixeira, afirmou que a partir das 14h de hoje todos os pesos serão transferidos para o sistema prisional do Estado.
Questionado se seriam transferidos mesmo sob ameaças de rebelião no sistema prisional, Alexandre Teixeira respondeu: “Não é para lá que vão todos os presos?”.
O procurador da República Alexandre Jabur afirmou que os presos não podem ser mantidos na carceragem da Polícia Federal.
A operação “Custo Político” é um desdobramento da operação “Maus Caminhos” e atingiu, segundo a PF, os agentes públicos e políticos responsáveis por compactuar, proteger e até livrar os membros da organização criminosa identificada na primeira operação de fiscalização dos órgãos de controle.
Na operação deflagrada na manhã desta quarta-feira, 13, foram presos quatro ex-secretários de Estado do Governo José Melo: Wilson Alecrim e Pedro Elias, da Susam; Raul Zaidan, Casa Civil; e o secretário de Governo e irmão do ex-governador Evandro Melo.
Destes, todos foram presos preventivamente (sem data para serem soltos). Apenas Zaidan foi alvo de um decreto de prisão temporária de cinco dia, podendo ser prorrogada por maior período caso haja um pedido deferido pela justiça federal.
De acordo com a Polícia Federal, há uma medida contra o ex-secretário de Fazenda Afonso Lobo, que não foi encontrado. A PF não divulgou se a medida contra Lobo foi de prisão, embora tenha sido esse o pedido do Ministério Público Federal.
A operação Maus Caminhos, de acordo com a PF, desarticulou uma organização criminosa que desviou, entre 2014 e 2016, R$ 100 milhões dos cofres públicos do Estado, liderada pelo médico Mouhamad Mostafa.
Foto: CM7