Levantar uma toada

Levantar uma toada ritual pode ganhar um novo significado

Dassuem Nogueira, especial para o BNC Amazonas

Publicado em: 23/06/2023 Ă s 16:40 | Atualizado em: 26/06/2023 Ă s 15:33

As representações das mitologias indĂ­genas pelos bumbĂ¡s fascinam os expectadores. As toadas de ritual tĂªm marcaĂ§Ă£o diferenciada: forte, cerimonial e solene. Os rituais indĂ­genas sĂ£o item de competiĂ§Ă£o. Costumam ser a grande apoteose das apresentações.

Em 2023, o boi Caprichoso levanta a toada “Hutukara Yanomami”, um canto para Davi Kopenawa.

Em tempos em que ganha visibilidade o ataque garimpeiro ao territĂ³rio desse povo, o boi Caprichoso comunica ao pĂºblico e aos jurados seu lamento.

A toada Ă© uma resposta ao livro “A queda do cĂ©u, palavras de um xamĂ£ Yanomami”.

O livro Ă© feito das palavras do xamĂ£ Yanomami, Davi Kopenawa, aos brancos. O grande xamĂ£ apela para que os brancos nĂ£o destruam o chĂ£o, pois o cĂ©u cairĂ¡ sobre todos nĂ³s.

Suas palavras foram lidas pelo compositor Ronaldo Barbosa e sua execuĂ§Ă£o deve encantar na arena sagrada do festival.

Do lado vermelho, o boi Garantido levarĂ¡ para a arena a toada “NominaĂ§Ă£o KaiapĂ³”.

O ritual dĂ¡ um nome diferente a cada etapa da vida desses que se autodenominam MebĂªngĂ´kre.

A toada de EnĂ©as Dias, Marcos Moura e JoĂ£o Kennedy sai do comum. Ela canta um ritual, mas nĂ£o de modo genĂ©rico. O nome a ser dado Ă© Raoni, liderança imensa dos povos indĂ­genas do Brasil e do mundo.

Levantar uma toada ritual pode ganhar um novo significado.

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Foto: reproduĂ§Ă£o/internet