Cientistas apontam que variantes do coronavírus deram origem a nova cepa híbrida

É o primeiro caso comprovado de recombinação genética entre duas cepas da covid – até então, o vírus vinha acumulando mutações “isoladamente”

Brasil confirma contaminação por duas variantes do coronavírus

Publicado em: 25/02/2021 às 12:38 | Atualizado em: 25/02/2021 às 12:38

Uma nova cepa híbrida do coronavírus (covid-19) foi descoberta por cientistas do Los Alamos National Laboratory (centro de pesquisas que pertence ao governo dos EUA e foi responsável, na década de 1940, pela criação da bomba atômica), conforme revelado pela revista inglesa New Scientist.

O vírus, que foi detectado numa pessoa, mistura o código genético das variantes B.1.1.7, que surgiu na Inglaterra, e B.1.429, típica da Califórnia.

A cepa inglesa, que já foi detectada em mais de 100 países, inclusive o Brasil, tem como destaque a maior transmissibilidade: estima-se que ela seja 56% mais contagiosa.

Dessa maneira, isso acontece devido à mutação N501Y (em que o aminoácido asparagina, N, foi substituído por tirosina, Y, na posição 501 da proteína spike), que melhora a conexão do vírus a células humanas.

Já a cepa B.1.429, da Califórnia, chama a atenção pela mutação L452R, que confere resistência parcial a anticorpos.

Em tese, isso permite que ela reinfecte pessoas que já tiveram covid-19 – e pode estar por trás de uma onda de casos em vários estados americanos.

Ambas as características estão presentes na nova variante híbrida, que teria surgido após uma co-infecção: as cepas B.1.1.7 e B.1.429 teriam infectado uma pessoa ao mesmo tempo, e trocado fragmentos de RNA durante sua replicação no organismo dela.

É o primeiro caso comprovado de recombinação genética (troca de fragmentos) entre duas cepas da covid – até então, o vírus vinha acumulando mutações “isoladamente”. 

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Foto: Daniel Roberts/Pixabay