Bolsonaro se queixa que foi ignorado duas vezes por Moraes
Bolsonaro voltou ao tom belicoso que usava contra os ministros do STF à época dos protestos de raiz golpista de 7 de setembro

Publicado em: 17/02/2022 às 13:25 | Atualizado em: 17/02/2022 às 13:45
O presidente Jair Bolsonaro (PL) relatou, nesta quarta-feira(16), ter sido ignorado duas vezes pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), em reunião que tiveram na semana passada para entrega do convite para cerimônia de troca no comando do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
“Apenas o Fachin falou naquele momento. Eu dirigi a palavra duas vezes ao ministro Alexandre. Ele não respondeu. Quando saíram dali foram ao Senado encontrar o presidente Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e ali decidiram, inclusive, que a CPI das Fake News deveria voltar a funcionar”, afirmou o presidente.
Em entrevista à Jovem Pan, Bolsonaro disse ainda que, “por coincidência”, o ministro da Defesa, Walter Braga Netto, e os comandantes das Forças Armadas estavam em seu gabinete no momento da reunião com os ministros do Supremo.
Conforme noticiou o jornal Folha de S.Paulo, o encontro foi relâmpago e protocolar. A cúpula das Forças Armadas não era esperada pelos ministros.
Esta foi a primeira vez que se menciona o fato de o presidente ter sido supostamente ignorado.
A declaração do presidente ocorreu da Rússia, onde teve mais cedo encontro com o chefe do Executivo Vladimir Putin.
Na entrevista, Bolsonaro voltou ao tom belicoso que usava contra os ministros do STF à época dos protestos de raiz golpista de 7 de setembro.
Dessa forma, entraram na mira do presidente três ministros: Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, todos na cúpula do TSE em 2022.
O mandatário disse que eles têm “perseguição claríssima” contra ele, e que o objetivo é trazer o ex-presidente Lula da Silva (PT) de volta.
Fachin assumirá no próximo dia 22 a presidência de Barroso, e depois passará o comando da corte para Moraes, relator de inquéritos que têm o presidente como alvo.
Questionado se ele havia sentido hostilidade da parte de Moraes no encontro do Planalto, Bolsonaro não respondeu diretamente, mas se queixou de seu ajudante de ordens (AJO), coronel Mauro Cesar Barbosa Cid, ter se tornado alvo do inquérito que apura vazamento de informações sigilosas sobre suposto ataque hacker às urnas eletrônicas.
A quebra de sigilo foi autorizada em 31 de janeiro, a pedido da Polícia Federal (PF).
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Foto: Marcos Corrêa/Presidência da República