Bolsonaristas se opõem a Lula para manter populaĂ§Ă£o armada

Aliados do ex-presidente fazem investida contra revogaço do atual governo antiarmas

Especialistas veem 'licença para matar' em projetos sobre legítima defesa

Publicado em: 22/02/2023 Ă s 17:54 | Atualizado em: 22/02/2023 Ă s 18:05

O decreto antiarmas editado pelo presidente Lula da Silva (PT) no dia da posse provocou um efeito cascata nĂ£o apenas no JudiciĂ¡rio, mas tambĂ©m no Congresso.

Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tentam derrubar o decreto de Lula.

Dessa forma, desde 3 de janeiro, 17 projetos de lei ou de decreto legislativo jĂ¡ foram apresentados por 34 deputados e dois senadores com o objetivo de sustar as mudanças em vigor.

O deputado General GirĂ£o (PL-RN) relaciona o aumento substancial de brasileiros armados Ă  queda de homicĂ­dios no paĂ­s.

Segundo ele, ainda que os nĂºmeros da violĂªncia no Brasil sejam equiparados aos de paĂ­ses em guerra, nĂ£o hĂ¡ comprovaĂ§Ă£o de que CACs, clubes de tiro e uso de calibres restritos contribuam para a violĂªncia.

“Ao contrĂ¡rio, observa-se que, mesmo com o aumento de 300% nos registros de arma de fogo pelos CACs, tal aumento nĂ£o refletiu no aumento da violĂªncia”, afirma.

Filho do ex-presidente, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) também propõe a derrubada do decreto.

Para ele, o texto Ă© inconstitucional, pois extrapola os limites do cargo do presidente e ainda pode gerar desemprego.

“SĂ³ a indĂºstria nacional de armas e munições gera 70 mil empregos diretos e indiretos, fatura mais de R$ 6 bilhões por ano e exporta cerca de R$ 2,7 bilhões, gerando mais de R$ 1,9 bilhĂ£o em pagamento de impostos.”

Decreto

O texto assinado por Lula suspende os registros para a aquisiĂ§Ă£o e transferĂªncia de armas e de munições de uso restrito a CACs (Colecionadores, Atiradores e Caçadores) e particulares.

Restringe, ainda, o total de armas e munições permitido e suspende qualquer nova licença a clubes de tiro.

Na comparaĂ§Ă£o com janeiro de 2022, o nĂºmero de armas cadastradas comuns caiu 71%.

Promessa de campanha do petista, a medida se opõe a uma série de políticas adotadas por Bolsonaro e defendidas por sua base política.

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Foto: ReproduĂ§Ă£o/Instagram