Com voto da maioria do Amazonas, Senado aprova venda da Eletrobrás

Único voto contra da bancada do Amazonas, o senador Plínio Valério disse que a privatização da estatal está na contramão do que é feito no mundo

voto, amazonas, senado, eletrobras

Iram Alfaia, do BNC Amazonas em Brasília

Publicado em: 17/06/2021 às 18:11 | Atualizado em: 17/06/2021 às 18:11

Por 42 votos a favor e 37 contra, o Senado aprovou a Medida Provisória (MP) que possibilita a privatização da Eletrobrás. Da bancada do Amazonas, votaram a favor Eduardo Braga (MDB) e Omar Aziz (PSD). Plínio Valério (PSDB) votou contra. 

Depois de ser modificado, o texto voltará para Câmara dos Deputados. Para não perder validade, a MP precisa ser votada até terça-feira (22) pelo Congresso Nacional. 

Único voto contra da bancada, Plínio Valério disse que a privatização da estatal está na contramão do que é feito no mundo. 

“O setor energético é estratégico. Sem falar que estaríamos aprovando uma MP com aval para aumentar a conta de luz da população, prejudicando a soberania energética brasileira”, disse o senador. 

O senador destacou ainda que a Eletrobrás é a primeira empresa da América Latina e a segunda do planeta em geração de energia hidráulica. 

“E a terceira maior do Mundo em produção de energia limpa e renovável. Por que privatizar? Para entregar para os financistas? Para valorizar o lucro dos cotistas e prejudicar o povo?”, criticou.

Energia barata 

Um dos maiores entusiastas da privatização, Braga defendeu que não se tenha posição ideológica sobre o tema, pois o que está em jogo é uma nova matriz energética no país. 

“Independentemente de ser esquerda, direita, de ser bolsonarista ou ser lulista, o que nós queremos é uma energia mais barata, o que nós queremos é voltar a ter investimentos no setor elétrico, o que nós queremos é voltar a gerar emprego e renda no Brasil”, defendeu. 

O senador questionou: “Nesses anos todos, a Eletrobrás é estatal, a nossa energia é barata no Brasil? Não, não é. É uma das mais caras. Culpa de quem? Do setor privado, que não é dono da Eletrobrás? Não, falta de investimento.”

Leia mais:

O líder do MDB disse que os reservatórios de água estão em crise há muito tempo. “Em 2014, nós tivemos crise. Em 2015, nós tivemos crise. Em 2016, tivemos crise hídrica no país, tivemos apagão no governo Fernando Henrique. E o que mudou no nosso sistema?”, questionou. 

Para ele, houve mudança com a energia eólica e renovável. “Bom? Sim, muito bom! Só que essa energia renovável não nos garante ter energia firme.” 

“Conclusão: os nossos reservatórios de água não podem ser poupados, e, não podendo ser poupados, nós corremos o risco de não haver água nem sequer para o consumo humano; não haver água para a agricultura familiar; não haver água para podermos sobreviver”, completou. 

O senador Omar Aziz não se manifestou.

Foto: Pedro França/Agência Senado