Veto do salário da segurança pública volta à pauta nesta quarta

Publicado em: 26/06/2018 às 07:41 | Atualizado em: 26/06/2018 às 07:41
Por Rosiene Carvalho, Da Redação
A votação do veto governamental ao aumento do salário dos servidores da segurança pública acirra as habilidade de argumentação e as negociações de bastidores na disputa por votos de deputados.
A guerra travada entre oposicionistas e governistas na Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (ALE-AM) coloca os dois lados em competição, desta vez, pelos votos de Ricardo Nicolau (PSD) e Sinésio Campos (PT)
A disputa por deputados acirra às vésperas da votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a quatro meses da eleição, em que o presidente da ALE-AM, David Almeida (PSD) e o governador do Estado, Amazonino Mendes (PDT), são pré-candidatos.
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Na semana passada, ausências e votos de parlamentares aliados do senador e pré-candidato ao governo Omar Aziz (PSD) ajudaram a base a virar o jogo e manter dois vetos do governo. Desde fevereiro a oposição tem imposto derrotas e derrubadas de vetos ao governo até nas votações que exigem maioria simples. Ou seja, 13 votos.
Nicolau está na órbita dos pré-candidatos de oposição a Amazonino neste pleito, mas ausências e votos dele no plenário tem favorecido o governo.
Ricardo Nicolau foi aliado de primeira linha de David Almeida no governo interino do presidente da ALE-AM e é do PSD. Teve chance de trocar de partido no período da janela da infidelidade, mas preferiu se manter ao lado de Omar.
Sinésio, cuja a ausência se percebe em momentos decisivos, recebe forte pressão no plenário e constrangimentos em várias situações por parte dos trabalhadores nas galerias. Nestes contextos, votou contra o governo. Foi o que ocorreu durante a votação no ano passado da Lei Orçamentária Anual.
O petista, no entanto, é uma das lideranças do PT que cogita apoio da sigla à reeleição de Amazonnino Mendes (PDT).
O veto
O veto governamental à sua própria mensagem que aumenta em cerca de 24% o salário dos funcionários da segurança pública deve voltar à pauta da ALE-AM nesta quarta-feira, dia 27. E nesta segunda, as atividades dos líderes da oposição e da base governistas eram intensos. Cada lado quer impor a sua vontade e colher louros exclusivos.
O impasse que adia o acesso dos servidores públicos à reposição à data base é fruto de uma divergência entre o governo e a oposição na ALE-AM. A oposição apresentou uma emenda adiantando a maior parcela da reposição, que o governo quer que só seja paga em 2020, para 2018.
O governo, por sua, vez rejeitando o “mimo” da oposição do benefício concedido aos servidores, alega falta de recursos e, podendo excluir apenas a emenda, vetou a integridade de seu próprio projeto.
Entre oposicionistas e governistas, havia dúvidas ontem sobre os votos dos deputado Sinésio Campos (PT) e Ricardo Nicolau (PSD). A votação foi suspensa semana passada quando havia 22 deputados no plenário sob a justificativa de dar chance aos dois deputados participarem da votação.
O presidente da ALE-AM conduziu esta decisão após duas derrotas para o governo. Com 12 votos para derrubar o veto e 10 para manter, o governo impôs sua vontade porque são necessários 13 votos para derrubar um veto de governador.
O veto foi retirado de pauta depois que a oposição percebeu que perderia a votação em função de duas derrotas seguidas.
Governo ganhou fôlego na ALE
Na queda de braço, deputados que votavam com a oposição passaram a compor a base o que fragilizou a tentativa de derrubar o veto. Os deputados que mudaram de lado na última votação foram Carlos Alberto, Augusto Ferraz (DEM) e Mário Bastos (PSD).
A base de Amazonino contou, portanto, com votos de deputados que, em tese, estão na órbita de Omar Aziz (PSD).
Fotos: ALE-AM e BNC