Justiça mantĂ©m suspenso acordo da TelebrĂ¡s que cede satĂ©lite aos EUA

Publicado em: 03/04/2018 Ă s 07:03 | Atualizado em: 03/04/2018 Ă s 07:03
Por decisĂ£o da juĂza Jaiza Maria Fraxe, do Tribunal Regional Federal da 1ª RegiĂ£o (TRF-1), o acordo entre a TelebrĂ¡s e a operadora Viasat, dos Estados Unidos, para concessĂ£o das operações do satĂ©lite brasileiro geoestacionĂ¡rio de defesa e comunicações.
O processo foi iniciado pela empresa Via Direta, de Manaus, que recorreu ao Tribunal de Justiça do Amazonas (TJ-AM) contra o acordo e obteve uma liminar com tutela de urgĂªncia no Ăºltimo dia 23 de março.
A Via Direta, do grupo Tiradentes, do empresĂ¡rio Ronaldo Tiradentes, moveu aĂ§Ă£o por perdas e danos porque vinha tratando com a TelebrĂ¡s e foi induzida a comprar equipamentos para operar banda larga de internet via satĂ©lite da estatal.
Segundo a empresa, jĂ¡ havia investido US$ 1,8 milhĂ£o em V-SAT, e estaria devendo outros US$ 6,5 milhões. O juiz Francisco Queiroz, do TJ-AM, acatou os argumentos e suspendeu o acordo.
As negociações entre TelebrĂ¡s e Via Direta teriam começado apĂ³s a licitaĂ§Ă£o feita pela estatal em 2017, sem sucesso.
Na semana passada, o processo foi enviado Ă Justiça Federal a pedido da UniĂ£o e hoje a juĂza Jaiza Fraxe manteve a suspensĂ£o do acordo e arbitrou multa diĂ¡ria de R$ 100 mil Ă TelebrĂ¡s e Viasat se nĂ£o pararem a operaĂ§Ă£o.
Deixou claro ainda a magistrada que pode mandar barrar “o desembaraço aduaneiro ou a lacraĂ§Ă£o de todo equipamento importado por Viasat” para operar o satĂ©lite brasileiro.
Assim como a Via Direta, a juĂza Fraxe tambĂ©m questiona em seu despacho a TelebrĂ¡s entregar 100% das operações do satĂ©lite nacional a um grupo estrangeiro. Afirma que o gesto fere a soberania nacional e seria, portanto, inconstitucional.
“Mesmo que este juĂzo fizesse um esforço argumentativo imensurĂ¡vel, nĂ£o haveria como encontrar nas leis e na ConstituiĂ§Ă£o do paĂs uma norma ou princĂpio que sustentasse a entrega da exploraĂ§Ă£o do Ăºnico satĂ©lite de defesa estratĂ©gica a uma empresa estrangeira, sem qualquer previsĂ£o mĂnima nem mesmo em edital”, escreveu na sentença.
Ela afirma que vai analisar se a TelebrĂ¡s violou os princĂpios de “boa fĂ©, legalidade, moralidade e probidade”.
Fonte: site telesintese.com.br
Foto: ReproduĂ§Ă£o/site telesintese.com.br