‘Se precisar fechar, fecha’, diz chefe da Suframa à GM, que vale para ZFM

Publicado em: 25/01/2019 às 11:20 | Atualizado em: 25/01/2019 às 11:20
O novo dirigente responsável pela a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), o secretário especial de Produtividade, Emprego e Competitividade (Sepec), Carlos da Costa, revelou o que pensa o Ministério da Economia para quem precisa de incentivo fiscal do governo federal:
“Se precisar fechar [a fábrica], fecha”.
Isso foi o que Costa disse ao alto escalão da montadora GM, que foi tratar de isenção tributária para manter em funcionamento fábricas no interior do São Paulo que empregam mais de 13 mil pessoas.
O secretário, a bem da verdade, apenas reafirmou o humor do superministro da Economia, Paulo Guedes, de total aversão à concessão de incentivos fiscais, não respeitando nem mesmo o regime diferenciado assegurado pela Constituição para modelos como a Zona Franca de Manaus (ZFM).
Após recente encontro com Guedes em Brasília, o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), saiu com essa impressão ruim quando recebeu a recomendação de que o estado comece a pensar em “novas matrizes econômicas”.
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Desigualdades regionais
Criada pelo regime militar para compensar as desigualdades regionais por meio de incentivos fiscais e evitar a devastação da Amazônia ao não permitir que seus habitantes usufruam das riquezas naturais, a ZFM nessas mais de cinco décadas de existência nunca se viu tão ameaçada quanto agora.
Vem justamente de quem lhe deve proteção a cada vez mais clara intenção de acabar com as isenções tributárias e, assim, decretar sua extinção.
E que ninguém se sinta enganado quando isso acontecer por completo. Guedes revela esse conceito ultraliberal da economia, de total abertura e de livre concorrência dos mercados, desde quando Jair Bolsonaro (PSL) estava em campanha para chegar aonde chegou.
Não é à toa que Costa vem repetindo essa mensagem de Guedes como mantra: subsídios, proteção e mais gasto público são temas proibidos no governo Bolsonaro.
“Precisamos tornar o Brasil produtivo e competitivo, retirando os entraves que o impedem de produzir mais e melhor”, afirmou Costa recentemente à Folha.
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Ameaça real
Suframa, entidades representativas da indústria e comércio, autoridades, parlamentares e todos que compreendem a importância da ZFM para a Amazônia e para o país devem dar crédito às palavras de Costa. Afinal, ele está apenas antecipando aquilo que passa na cabeça do chefe.
Leia matéria completa de Raquel Landim na Folha de S.Paulo.
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Foto: BNC Amazonas