STF barra trechos do decreto de Bolsonaro que facilitava mais a compra de armas
Na decisĂ£o, Rosa Weber determina que o tema seja enviado ao plenĂ¡rio do STF, que pode confirmar ou rejeitar o que a ministra decidiu. A data de julgamento serĂ¡ definida pelo presidente do Tribunal, Luiz Fux

Publicado em: 12/04/2021 Ă s 19:58 | Atualizado em: 12/04/2021 Ă s 22:21
A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Rosa Weber suspendeu nesta segunda-feira (12), em decisĂ£o individual, trechos dos quatro decretos sobre porte e posse de arma editados pelo presidente Jair Bolsonaro em fevereiro. Os textos passam a valer nesta terça (13).
A suspensĂ£o atinge, por exemplo, o trecho que aumentava, de dois para seis, o limite de armas de fogo que o cidadĂ£o comum pode adquirir, desde que preencha os requisitos necessĂ¡rios para obtenĂ§Ă£o do Certificado de Registro de Arma de Fogo.
No mesmo decreto, Bolsonaro tambĂ©m permitia que policiais, agentes prisionais, membros do MinistĂ©rio PĂºblico e de tribunais comprassem duas armas de fogo de uso restrito, alĂ©m das seis de uso permitido. Rosa Weber tambĂ©m suspendeu esse trecho.
A ministra do STF suspendeu, ainda, o trecho de outro decreto publicado na mesma data que ampliava, em grande escala, os limites para compras de armas e muniĂ§Ă£o para caçadores, atiradores e colecionadores – conhecidos como “CACs”.
Os decretos de Bolsonaro foram anunciados pelo governo no fim da noite de 12 de fevereiro, Ă s vĂ©speras do carnaval, e as mudanças nĂ£o passaram pela anĂ¡lise do Congresso. Os textos fazem uma nova regulamentaĂ§Ă£o do Estatuto do Desarmamento, aprovado em 2003.
Na decisĂ£o, Rosa Weber determina que o tema seja enviado ao plenĂ¡rio do STF, que pode confirmar ou rejeitar o que a ministra decidiu. A data de julgamento serĂ¡ definida pelo presidente do Tribunal, Luiz Fux.
Neste domingo (11), estreou no G1 o podcast “Ă€ mĂ£o armada”, em que a repĂ³rter SĂ´nia Bridi investiga as motivações e as consequĂªncias da polĂtica armamentista do governo Jair Bolsonaro.
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Foto: ReproduĂ§Ă£o Telegram Jair Bolsonaro