Senador do Amazonas apoia repúdio a Moraes por tornozeleira de Do Val
Em nota, bolsonaristas reclamam que senador sequer foi denunciado pela PGR.

Iram Alfaia, do BNC Amazonas em Brasília
Publicado em: 04/08/2025 às 20:10 | Atualizado em: 04/08/2025 às 20:12
O senador Plínio Valério (PSDB) assinou nota nesta segunda-feira (4) em repúdio ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que impôs novas medidas cautelares contra o senador Marcos Do Val (Podemos-ES), como uso de tornozeleira.
Além do senador líder do partido no Amazonas, assinaram o documento os bolsonaristas Rogério Marinho (PL), Tereza Cristina (PP), Carlos Portinho (PL), Mecias de Jesus (Republicanos) e Eduardo Girão (Novo).
“Repudiamos a decisão do ministro Alexandre de Moraes que impôs tornozeleira eletrônica ao senador Marcos Do Val. A medida compromete o exercício pleno do mandato de um representante eleito, afetando não apenas sua atuação pessoal, mas também a autoridade do Senado como instituição democrática”, diz a nota.
Os parlamentares reclamam que o senador sequer foi denunciado pela PGR e é alvo de investigação sigilosa, aparentemente motivada por críticas e opiniões, “direitos resguardados pela imunidade parlamentar prevista na Constituição”.
Eles exigem uma posição institucional do presidente da casa, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), que também já vem sendo cobrado pela abertura de impeachment de Moares.
“Sob o pretexto de defender a democracia, decisões como essa contribuem para corroê-la. É dever do Senado reagir com firmeza para preservar sua legitimidade”, dizem.
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Cautelares
Além do uso de tornozeleira, Marcos Do Val deve cumprir o recolhimento domiciliar das 19h às 6h, de segunda a sexta-feira, e integralmente no final de semana.
Ele só poderá exceder o horário noturno caso seja necessário participar das sessões do Senado.
O parlamentar, que viajou aos Estados Unidos sem autorização da corte, é investigado por fatos relacionados a uma campanha de ataques institucionais ao STF e à Polícia Federal, incluindo a divulgação de dados pessoais de delegados que atuam em investigações no Supremo.
Na decisão, Moraes ressaltou que o eventual descumprimento de qualquer das medidas cautelares resultará na decretação da prisão do senador.
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil