Rosa Weber autoriza inquérito para investigar Bolsonaro
A ministra do STF cita a denĂºncia dos irmĂ£os Miranda na CPI da covid, que levou Ă notĂcia-crime oferecida por trĂªs senadores. A denĂºncia de prevaricaĂ§Ă£o Ă© sobre contrato da vacina Covaxin

Publicado em: 03/07/2021 Ă s 00:55 | Atualizado em: 03/07/2021 Ă s 01:10
A ministra do Supremo Tribunal federal (STF) Rosa Weber determinou a abertura de inquérito contra o presidente Jair Bolsonaro, na noite dessa sexta-feira (2/7). A reportagem é do jornal Estado de Minas.
Isso significa que agora o presidente serĂ¡ investigado pelo suposto crime de prevaricaĂ§Ă£o por supostamente nĂ£o ter comunicado aos Ă³rgĂ£os de investigaĂ§Ă£o – PolĂcia Federal e MinistĂ©rio PĂºblico – esquema de corrupĂ§Ă£o envolvendo contrato de compra da vacina indiana Covaxin pelo MinistĂ©rio da SaĂºde. A compra nĂ£o foi efetuada.
Na decisĂ£o, Rosa Weber apontou que ela mesma ficarĂ¡ com a relatoria do inquĂ©rito e que as investigações devem ter um prazo de 90 dias.
O pedido para a abertura do inquĂ©rito foi assinado pelo vice-procurador-geral da UniĂ£o, Humberto Jacques, e nĂ£o Augusto Aras.
Nos autos da decisĂ£o, a ministra cita as denĂºncias dos irmĂ£os Miranda, que levou Ă notĂcia-crime oferecida pelos senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Fabiano Contarato (Rede-ES) e Jorge Kajuru (Podemos-GO) a partir das suspeitas tornadas pĂºblicas na CPI da covid (cooronavĂrus).
“A pretensĂ£o investigativa apoia-se em elementos iniciais coletados no Ă¢mbito de ComissĂ£o Parlamentar de InquĂ©rito em curso no Senado da RepĂºblica (CPI da Pandemia), a exemplo dos testemunhos prestados pelo Deputado Federal Luis Claudio Fernandes Miranda e por seu irmĂ£o, Luis Ricardo Miranda, cujo teor indiciĂ¡rio embasa a hipĂ³tese criminal a ser investigada, porquanto indicativo de possĂvel conduta que, ao menos em tese, se amolda ao preceito primĂ¡rio de incriminaĂ§Ă£o tipificado no artigo 319 do CĂ³digo Penal, sem prejuĂzo de outros ilĂcitos que possam vir a ser desvendados no curso das apurações.”
Em outro trecho, Rosa Weber deixa claro o objetivo de averiguar se Bolsonaro teve algum interesse com as decisões de compras de vacinas.
Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF