Renan diz nĂ£o ver genocĂ­dio, mas ligou ações de Bolsonaro Ă s de Hitler

O relator da comissĂ£o citou o Tribunal de Nuremberg, criado apĂ³s a Segunda Guerra Mundial para julgar generais nazistas.

Relator da CPI vai expor linha do tempo do negacionismo de Bolsonaro

Publicado em: 25/05/2021 Ă s 10:44 | Atualizado em: 25/05/2021 Ă s 15:47

Nesta terça-feira (25), a CPI da covid no Senado recebe Mayra Pinheiro, secretĂ¡ria de gestĂ£o do trabalho do MinistĂ©rio da SaĂºde, conhecida como “CapitĂ£ Cloroquina”. O primeiro a ter a palavra para inquirir a mĂ©dica foi Renan Calheiros (MDB-AL), mas, antes de fazer as perguntas, o relator da comissĂ£o citou o Tribunal de Nuremberg, criado apĂ³s a Segunda Guerra Mundial para julgar generais nazistas. 

Renan Calheiros citou Hermann Goering, assessor de Adolf Hitler durante o Terceiro Heich. A citaĂ§Ă£o gerou revolta entre outros senadores presentes na sessĂ£o.

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“Qualquer paralelismo Ă© um absurdo”, gritou Fernando Bezerra (MDB-PE).

Apesar de nĂ£o ser membro da CPI, Flavio Bolsonaro (Republicanos-RJ) chegou cedo Ă  sessĂ£o e tambĂ©m reclamou da citaĂ§Ă£o. 

Mesmo o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), se opĂ´s Ă  fala de Renan.

“O que vocĂª estĂ¡ lendo aĂ­ nĂ£o pode ser usado como referĂªncia”, disse Omar Aziz.

O presidente da CPI chamou as declarações de “uma das maiores atrocidades da histĂ³ria”.

Renan Calheiros, entĂ£o, negou que estivesse usando a Segunda Guerra Mundial e o nazismo como referĂªncia, tratando-se de uma introduĂ§Ă£o.

Em seguida, Calheiros continuou e disse que, no Brasil, ainda nĂ£o ocorreu um genocĂ­dio, mas alegou ver “uma semelhança assustadora” entre depoentes da CPI e subordinados Ă  Adolf Hitler. 

Outra citaĂ§Ă£o ao nazismo 

Essa nĂ£o Ă© a primeira vez em que a CPI evoca o regime nazista. No Ăºltimo dia 20, o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) comparou o ex-ministro da SaĂºde Eduardo Pazuello com Adolf Eichmann, chefe da SeĂ§Ă£o de Assuntos Judeus no Departamento de Segurança de Adolf Hitler durante o Holocausto.

Eichmann foi julgado em JerusalĂ©m, apĂ³s ser captura pelo Mossad, Serviço Secreto de Israel, e condenado Ă  pena de morte. Ele era o responsĂ¡vel pela deportaĂ§Ă£o de judeus aos campos de concentraĂ§Ă£o.

ApĂ³s a declaraĂ§Ă£o de Vieira, o presidente Aziz pediu que a fala nĂ£o fosse incluĂ­da nas notas taquigrĂ¡ficas. Ou seja, que a transcriĂ§Ă£o nĂ£o conste nos arquivos da CPI.

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Foto: Geraldo Magela/AgĂªncia Senado