Empresários e bancada do Norte reconhecem atuação da Receita na ZFM

Receita Federal recebe reconhecimento por evitar colapso da ZFM durante vazante histórica.

Antônio Paulo, do BNC Amazonas em Brasília

Publicado em: 06/08/2025 às 20:38 | Atualizado em: 06/08/2025 às 20:39

Ações da Receita Federal garantiram o abastecimento do polo industrial e dos estados da região, impedindo que o país ficasse sem os produtos da Zona Franca de Manaus, especialmente durante a severa estiagem e vazantes no Amazonas em 2023 e 2024.

Dessa forma, a superação da crise hídrica e de abastecimento de produtos no Amazonas, por parte da Receita Federal do Brasil, incluíram a implementação da aduana flutuante.

Essa inovação consistiu em deslocar a aduana – sistema de controle e fiscalização de mercadorias e veículos – para antes da chegada dos navios em Manaus, em vez de esperar as embarcações no porto.

Essa foi a primeira vez que uma solução desse porte foi implementada para Manaus.

O secretário da Receita, Robinson Barreirinhas, ressaltou que, embora o diagnóstico do problema fosse conhecido, a solução foi inteiramente criada pelos servidores, auditores e analistas do órgão, que demonstraram grande orgulho e engajamento no projeto.

E foi por conta da dessa ação inédita que Barreirinhas foi homenageado, com placas e moção de aplausos, pelos membros da bancada parlamentar da região Norte e pelos empresários do polo industrial da Zona Franca de Manaus (ZFM).

O evento, ocorrido em Brasília na noite desta terça-feira (5 de agosto), foi comandada pelo coordenador da bancada do Norte, deputado Sidney Leite (PSD-AM).

Do Amazonas participou ainda o deputado Pauderney Avelino (União Brasil), e deputados de Roraima, do Pará, dirigentes do Centro da Indústria do Amazonas (Cieam) e empresas do polo industrial da ZFM.

Leia mais

ZFM: empresas faturam US$ 19,4 bi no semestre, 13% mais que em 2024

Apoio à indústria

 Leite enfatizou que a Receita, em nenhum momento, faltou com o Amazonas e com a região, mesmo com portos improvisados e operando em regime de rodízio, 24 horas por dia.

“Mesmo diante de uma vazante extrema e de movimentos de luta por direitos dos trabalhadores, que tornaram as operações mais lentas, o secretário e sua equipe não permitiram que nenhuma empresa do polo industrial parasse por falta de insumos. Esse desempenho contribuiu para o crescimento no faturamento e na mão de obra em 2023 e 2024 na região”.

Diálogo e reconhecimento

Na avaliação de Avelino, Barreirinhas e sua equipe demonstraram grande capacidade de diálogo, compreensão e entendimento com o setor produtivo, o que resultou em recorde de arrecadação para o governo.

Por sua vez, o presidente do Cieam, Luiz Augusto Rocha, disse:

“Nessa homenagem merecida, temos condições de fazer o reconhecimento ao secretário Robinson Barreirinhas e toda a Receita Federal porque as condições especiais possibilitaram a liberação das mercadorias. E isso foi realizado porque as peculiaridades da indústria da Amazônia foram reconhecidas. Então, é hora agradecer ao secretário da Receita Federal e a toda a equipe de servidores que tem feito um trabalho extraordinário na nossa região”.

Desafios logísticos

 Além da atuação na crise da vazante, o secretário da Receita também se posicionou sobre futuros desafios logísticos e econômicos na região.

Anunciou que a Receita destinará uma parte dos 1.200 novos operadores (nomeados após o primeiro concurso em 10 anos) a pontos de fronteira, com foco especial em Tabatinga,  local estratégico, que necessita de reforço da presença policial.

Leia mais

Porto de Chancay: Amazonas e Peru discutem integração em Brasília

Porto de Chancay

Barreirinhas informou ainda fará uma visita a Tabatinga, no próximo mês, para vistoriar um compromisso relacionado à conexão com o porto de Chancay, no Peru, uma cobrança da ministra do Planejamento, Simone Tebet.

“O porto de Chancay já é uma realidade, com caminhões trafegando do Peru para o Brasil, testando rotas, mesmo que o percurso completo ainda não esteja finalizado. Por isso, a Receita Federal está se movimentando e criando uma força-tarefa para checar e conhecer essas novas rotas, que não estão em seus mapas atuais. Além, de aprender junto com o mercado sobre essa nova dinâmica, vista como um trajeto importantíssimo para a economia não só da região Norte, mas de todo o Brasil. A aduana em Tabatinga é um ponto essencial para a realização desse projeto”.

Foto: divulgação