Pacote de Amazonino para acabar greve dá 4,5 mais 1% de reajuste

Publicado em: 28/03/2018 às 21:39 | Atualizado em: 28/03/2018 às 21:39
O governador Amazonino Mendes (PDT) mandou a Secretaria de Educação e Qualidade do Ensino (Seduc) chamar o sindicato que considera como representante dos servidores do setor, o dos Trabalhadores em Educação do Amazonas (Sinteam), para apresentar um pacote de propostas de reajuste salarial e outros benefícios como tentativa de encerrar a greve iniciada nesta semana.
Em reunião na tarde desta quarta, dia 28, véspera do feriado prolongado, o governo manteve os 4,57% de reajuste salarial, da data-base de 2017, e mais 10% até o final do ano, sendo 1% a cada mês, incluído março.
A oferta de Amazonino inclui ainda o pagamento de 10% a título de abono do Fundeb (fundo da educação básica), divididos em quatro parcelas.
Segundo o secretário de Educação, Lourenço Braga, o governador se compromete com a categoria, sem dar detalhes, em repor perdas salariais acumuladas desde 2014, que para os professores são na casa de 30%.
Outras promessas do governo na negociação com o Sinteam foram a de devolver o plano de saúde, aumentar o valor do tíquete-alimentação de R$ 220 para R$ 420 e a disposição de promover 3.516 professores e pedagogos pós-graduados nos últimos cinco anos.
O governo alega que os 4,57% são uma correção salarial acima da inflação oficial do país, que foi de 2,95% em 2017. E que a folha mensal da Seduc passa de R$ 80 para 93 milhões, dos quais 60% são bancados pelo Fundeb, segundo o governo.
Pelos cálculos da equipe de Amazonino, os reajustes salariais dos servidores do estado vão colocar as finanças do governo no limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal, comprometendo 46,55% da receita líquida com folha de pagamento.
Fundeb, a salvação
Segundo a Seduc, o Governo do Estado espera receber R$ 1,5 bilhão do Fundeb neste ano. E desse volume, repassaria R$ 955 milhões (60%) para os professores e demais servidores da educação.
De acordo com o governo, só com os 4,57% de reajuste a folha de pagamento da Seduc já iria a R$ 1,08 bilhão até o final do ano.
Como argumento apresentado pelo secretário-executivo da Seduc, Marcelo Campbell, o governo afirma que reajustou a gratificação de localidade, que era de R$ 30 e passou para R$ 200 (municípios próximos de Manaus), R$ 500 (distância média da capital) e R$ 1 mil (municípios mais distantes).
Assembleia decide
De acordo com o Sinteam, em sua página no Facebook, a proposta do governo vai ser discutida pela categoria em assembleia geral, mas só na semana que vem.
Se a oferta do governo for acatada, a greve se encerra, afirmou a entidade em post. Hoje estão paradas 80% das escolas em todo o estado.
Foto: BNC e reprodução/Sinteam