Pacheco avalia promulgar PEC dos precatĂ³rios de forma fatiada

A decisĂ£o de promulgar de forma fatiada a proposta de Emenda Ă  ConstituiĂ§Ă£o Ă© do presidente do Senado, mas ele disse a interlocutores que, antes, quer ouvir os lĂ­deres partidĂ¡rios

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Publicado em: 03/12/2021 Ă s 18:02 | Atualizado em: 03/12/2021 Ă s 18:10

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), vai reunir lĂ­deres partidĂ¡rios na prĂ³xima segunda-feira (6) para avaliar se a PEC dos PrecatĂ³rios poderĂ¡ ser promulgada de forma fatiada.

Quem defende o modo Ă© o presidente da CĂ¢mara, Arthur Lira (PP-AL). A postura veio logo depois de a proposta ser aprovada por senadores.

A fala de Lira irritou os senadores que participaram das negociações para construĂ§Ă£o de um acordo para aprovar a medida, porque o lĂ­der do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE), havia dito que o presidente da CĂ¢mara estava ciente das negociações e teria assumido o compromisso de votar o texto na Ă­ntegra depois de aprovado no Senado.

A decisĂ£o de promulgar de forma fatiada a PEC Ă© do presidente do Senado, mas ele disse a interlocutores que, antes, quer ouvir os lĂ­deres partidĂ¡rios e tambĂ©m senadores que participaram das negociações, como JosĂ© Anibal (PSDB-SP), Oriovisto GuimarĂ£es (Podemos-PR) e Alessandro Vieira (Cidadania-PB), para tomar sua decisĂ£o.

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O compromisso era de que o texto integral voltaria para a CĂ¢mara dos Deputados aprovar ainda neste ano.

SĂ³ que, nesta quinta, Lira defendeu a promulgaĂ§Ă£o dos trechos que nĂ£o foram modificados pelo Senado, com o restante seguindo a tramitaĂ§Ă£o normal na CĂ¢mara.

Ou seja, teria de passar pela ComissĂ£o de ConstituiĂ§Ă£o e Justiça e por ComissĂ£o Especial, o que inviabilizaria a aprovaĂ§Ă£o dos pontos modificados ainda neste ano.

A proposta aprovada nesta quinta-feira (2) pelo Senado, segundo senadores, dificulta a promulgaĂ§Ă£o fatiada, porque o texto foi redigido de forma que os deputados nĂ£o tenham condições de mudar pontos alterados sem que a PEC volte ao Senado.

Apenas dois pontos poderiam ser promulgados, o que mudou o cĂ¡lculo do teto dos gastos pĂºblicos e a possibilidade de municĂ­pios parcelarem em atĂ© 240 meses dĂ­vidas com a PrevidĂªncia Social, que nĂ£o foram alterados pelos senadores.

SĂ³ que os senadores defendem que atĂ© esses trechos nĂ£o sejam promulgados. O receio dos senadores Ă© que a CĂ¢mara acabe nĂ£o votando pontos da PEC que, por exemplo, carimbaram todo o espaço fiscal aberto pela proposta para programas sociais, como o AuxĂ­lio Brasil, e despesas obrigatĂ³rias.

AtĂ© a promulgaĂ§Ă£o fatiada seria um problema para o governo. A mudança no teto dos gastos pĂºblicos abre um espaço fiscal de cerca de R$ 60 bilhões, o que seria garantido imediatamente com uma promulgaĂ§Ă£o deste trecho. Mas outros R$ 40 bilhões seriam abertos com o parcelamento de parte do pagamento de precatĂ³rios. Como esse ponto foi alterado no Senado, nĂ£o poderia ser promulgado e o governo nĂ£o teria como contar com esse espaço atĂ© que seja aprovado no Congresso.

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Foto: Rodrigo de SĂ¡/AgĂªncia Senado