Os sapos do PT do Amazonas e Lula 2018 pesam tanto quanto

Publicado em: 20/08/2017 às 07:00 | Atualizado em: 20/08/2017 às 07:56
O Partido dos Trabalhadores (PT) terá que servir bastante água fresca a seus militantes que estavam com sede de punição aos quadros da legenda que não apoiaram José Ricardo, o seu candidato no primeiro turno da eleição tampão a governador do Amazonas, e ainda apoiaram outras chapas.
O foco principal desses petistas eram Valdemir Santana, ex-presidente do PT-Amazonas, e seu filho Thiago Medeiros, ex-presidente do PT-Manaus, que apoiaram e fizeram campanha ostensiva para o peemedebista Eduardo Braga, em um momento em que a sigla estava entusiasmada com Zé Ricardo.
Contra os dois ex-dirigentes, e outros filiados que se opuseram à candidatura própria e puro-sangue, estavam gestados pedidos de processo de expulsão da agremiação para que fossem apresentados assim que se encerrasse a eleição.
O cenário atual, porém, já não é tão desfavorável a pai e filho, porque, neste segundo turno, os três prefeitos do partido no interior do Amazonas também desobedeceram à decisão do diretório estadual petista, que orientou neutralidade para não apoiar nem Braga nem Amazonino Mendes (PDT).
Essa conduta rebelde dos gestores petistas já está sendo vista na sigla como um salvo conduto as infiéis.
A situação se torna favorável a eles porque, para punir os ex-presidentes, a direção da legenda terá também que abrir procedimento semelhante contra os três prefeitos, os únicos que partido elegeu no ano passado, já que todos eles tomaram decisão solo nesta campanha.
Ou seja: se houver expulsão, ou outro tipo de sanção para punir tal conduta, ela terá que ser estendida ao prefeito Clóvis Curubão, de São Gabriel da Cachoeira, que aderiu à candidatura Amazonino ainda no primeiro; ao prefeito de Itacoatiara, segundo maior colégio eleitoral do interior do Amazonas, Antônio Peixoto, que declarou voto e apoio a Braga logo depois da decisão pela neutralidade petista, há uma semana; e também ao prefeito Sabugo, de Urucurituba, que nesta eleição conseguiu declarar apoio aos dois candidatos do segundo turno. Primeiro anunciou que estava marchando com o PMDB e nesta semana aderiu à campanha de Amazonino.
É possível que algumas vozes que tentavam abrir processo na comissão de ética do partido ainda insistam no pedido.
O problema agora é que o PT está se refazendo do bombardeio da operação Lava Jato, tem Lula como líder das pesquisas à eleição de 2018 e tem consciência do peso que as lideranças locais possuem e do que representa ficar sem prefeito em um estado como o Amazonas.
Foto: Divulgação/leitor