MPF denuncia ex-secretário da Sefaz por propina de mais de R$ 1 milhão
Publicado em: 05/07/2018 às 10:52 | Atualizado em: 05/07/2018 às 20:06
O ex-secretario de Estado da Fazenda (Sefaz), Afonso Lobo, foi denunciado nesta quinta-feira, dia 5, por supostamente ter recebido mais de R$ 1 milhão em propina, paga com dinheiro público, para favorecer suposto esquema de corrupção na saúde do Amazonas comandado pelo empresário Mouhamad Moustafa.
Moustafa também foi denunciado juntamente com sua sócia Priscila Coutinho.
A denúncia é resultado das investigações da Operação Maus caminhos e foi feita pelo Ministério Público Federal (MPF), que distribuiu a informação à mídia do Estado.
Segundo o MPF, a participação de Afonso Lobo no esquema de corrupção veio à tona com a deflagração da Operação Custo Político, em dezembro de 2017, desdobramento da Operação Maus Caminhos.
O Ministério Público Federal diz que entre maio de 2014 a agosto de 2016, ele teria recebido de Mouhamad ingressos para a final da Copa do Mundo de Futebol, ingressos para o show de Roberto Carlos, ingressos para o evento Villa Mix e para o show de Wesley Safadão, além de vinhos raros, pagamento de diárias em hotel em Brasília, cessão de carro e motorista em Brasília/São Paulo e transferências para a empresa Lorcam Consultoria Financeira Ltda-ME.
Afonso Lobo é servidor público estadual, auditor-fiscal da Fazenda do Estado do Amazonas, e foi secretário da Sefaz por mais de quatro anos, de dezembro de 2012 a janeiro de 2017, durante as gestões dos ex-governadores Omar Aziz (PSD) e José Melo (Pros).
O MPF afirma que as investigações mostraram que, por ocupar tal posição, era peça estratégica para a organização criminosa liderada por Mouhamad, ao garantir tratamento privilegiado em comparação com os demais credores do Estado do Amazonas.
Na ação penal, o MPF pede a condenação de Lobo por corrupção passiva, crime previsto no artigo 317 do Código Penal, e de Mouhamad por corrupção ativa, conforme disposto no artigo 333 do Código Penal.
As penas para Mouhamad Moustafa e Priscila Coutinho podem ultrapassar 20 anos de prisão.
A ação penal tramita na 4ª Vara Federal e aguarda recebimento da justiça.
Foto: Reprodução/TV Tiradentes