MPE opina por aprovaĂ§Ă£o com ressalvas das contas de Amazonino

Publicado em: 25/09/2017 Ă s 15:47 | Atualizado em: 25/09/2017 Ă s 15:47

Por Rosiene Carvalho, da RedaĂ§Ă£o

 

 

O MinistĂ©rio PĂºblico Eleitoral (MPE) e ComissĂ£o TĂ©cnica de PrestaĂ§Ă£o de Contas do Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM) deram parecer pela aprovaĂ§Ă£o com ressalvas da arrecadaĂ§Ă£o e do gasto do governador eleito Amazonino Mendes (PDT) na campanha da EleiĂ§Ă£o Suplementar de 2017.

De acordo com os dois pareceres anexados ao processo de prestaĂ§Ă£o de contas de Amazonino Mendes, embora algumas irregularidades tivessem sido apontadas a princĂ­pio nas informações prestadas ao TRE-AM, a maioria delas foi esclarecida nas duas diligĂªncias feitas no processo.

O parecer do MPE foi emitido no sĂ¡bado e o processo jĂ¡ estĂ¡ concluso para o relator JoĂ£o Simões. O prazo do TRE-AM, pelo CalendĂ¡rio Eleitoral, Ă© que o caso seja julgado atĂ© o dia 2 de outubro para que o candidato eleito seja diplomado.

A expectativa Ă© que o TRE-AM analise o caso antes desta data.

“Irregularidades” explicadas

“As irregularidades inicialmente constatadas foram devidamente esclarecidas e comprovadas por meio de documentos idĂ´neos apresentados apĂ³s as diligĂªncias”, afirma o parecer tĂ©cnico do TRE-AM assinado pelo presidente da ComissĂ£o de PrestaĂ§Ă£o de Contas, Hernan Batalha.

A prestaĂ§Ă£o de contas de Amazonino declarou ter arrecadado durante a campanha  R$ 5,336 milhões, sendo que R$ 3,637 milhões em dinheiro e R$ 1, 698 milhĂ£o em doações de receitas estimĂ¡veis em dinheiro. A campanha declarou despesa em dinheiro de R$ 3,631 milhões

A primeira diligĂªncia da comissĂ£o tĂ©cnica apontou inconsistĂªncia na prestaĂ§Ă£o de contas em itens que somados chegavam a R$ 500 mil. O candidato apresentou uma sĂ©rie de documentos para comprovar que as despesas eram regulares.

No entanto, a comissĂ£o tĂ©cnica identificou novas inconsistĂªncias e pediu mais explicações. Os principais motivos que levaram  ao novo pedido de esclarecimento sobre a campanha eram omissões de gastos e dados nas prestações de contas.

As irregularidades apontadas pela comissĂ£o iam desde uso de gasolina em 199 veĂ­culos de origem proibida; veĂ­culos nĂ£o declarados, mas que foram flagrados pela ComissĂ£o de FiscalizaĂ§Ă£o durante a campanha nas ruas cometendo outras irregularidades na legislaĂ§Ă£o eleitoral; gastos com eventos nĂ£o declarados; atĂ© suspeita de transporte ilegal de passageiros.

Todas essas questões foram comprovadas como regulares apĂ³s nova remessa de documentos com recibos e comprovantes ao TRE-AM, segundo os dois pareceres tĂ©cnicos.

A gasolina, segundo os documentos apresentados ao tribunal, foram pagas pelo prĂ³prio candidato; os veĂ­culos foram de fato usados na campanha e, para comprovar, documentos foram acrescentados Ă  prestaĂ§Ă£o de contas; e houve o detalhamentos dos gastos com eventos na diligĂªncia.

Ressalvas

Restou apenas esclarecer porque cerca de 30 passageiros que aparecem na lista de usuĂ¡rios de vĂ´os contratados para a campanha nĂ£o estĂ£o citados na prestaĂ§Ă£o de contas do candidato.

“Desta feita, a Ăºnica irregularidade que restou nĂ£o sanada foi a utilizaĂ§Ă£o de recursos estimĂ¡veis em dinheiro provenientes de pessoas fĂ­sicas que trabalharam na divulgaĂ§Ă£o da campanha, sem que tenham sido declaradas na prestaĂ§Ă£o de contas, conforme informado pelo prestador na resposta ao item de diligĂªncia que tratou do transporte de pessoas em aeronaves contratadas pela campanha.”, afirma o procurador Victor Riccely em seu parecer.

Em funĂ§Ă£o disso, tanto a comissĂ£o tĂ©cnica como o TRE-AM opinaram pela aprovaĂ§Ă£o com ressalvas da prestaĂ§Ă£o de contas de Amazonino Mendes.

“Contudo, a referida omissĂ£o de recursos estimĂ¡veis em dinheiro na prestaĂ§Ă£o de contas (força de trabalho), nĂ£o tem o condĂ£o de levar Ă  desaprovaĂ§Ă£o das contas do prestador, mormente por nĂ£o envolver dispĂªndio financeiro e nem ser relevante no contexto global das contas de campanha, tratando-se de uma irregularidade formal, sendo cabĂ­vel na espĂ©cie a aprovaĂ§Ă£o com ressalvas”, conclui o parecer do MPE.

Outro lado

Para o advogado da coligaĂ§Ă£o Movimento pela ReconstruĂ§Ă£o do Amazonas, JĂºlio Lorenzoni, a  aprovaĂ§Ă£o com ressalvas nĂ£o compromete a regularidade da prestaĂ§Ă£o de contas.

“É uma questĂ£o tĂ©cnica normal. A parte financeira estĂ¡ toda ok. As ressalvas sĂ£o nas despesas estimadas. Acreditamos que no pleno haverĂ¡ aprovaĂ§Ă£o e serĂ¡ fechado com chave de outro”, declarou.

 

 

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