Mortalidade por covid-19 no Amazonas cai 92% com proxalutamida

Conforme resultado do estudo, a droga fez cair três vezes o tempo de internação e derrubou em mais de 90% a necessidade de intubação e de uso de oxigênio

Justiça do Amazonas

Da Redação do BNC Amazonas

Publicado em: 10/03/2021 às 22:00 | Atualizado em: 11/03/2021 às 19:56

O uso da proxalutamida no tratamento de um grupo de 294 pacientes em estado crítico por causa da covid-19 (coronavírus) no Amazonas fez a mortalidade cair 92,2%. A maioria deles estava contaminada pela variante P.1, a que tem predominado na segunda onda da doença no estado e em várias partes do país.

Além disso, a droga fez cair três vezes o tempo de internação e derrubou em mais de 90% a necessidade de intubação e de uso de oxigênio.

Os números são parte do resultado de um estudo realizado no Amazonas pela empresa norte-americana Applied Biology, em parceria com a rede de hospitais Samel. 

A divulgação foi hoje (10), em Manaus, em evento conduzido pelo presidente do grupo Samel, Luís Alberto “Beto” Nicolau. Ao seu lado, os médicos Andy Goren (líder da pesquisa), o diretor clínico da Samel, Daniel Fonseca, Flávio Cadegiani e Ricardo Zimerman, ambos da equipe de pesquisadores.

De acordo com a equipe científica, os resultados com a proxalutamida nessa mostra de 294 pacientes, na capital e no interior do Amazonas, foi sensacional.

Segundo Beto Nicolau, o estudo provou que a proxalutamida é provavelmente o primeiro medicamento oficialmente pesquisado para tratar a nova variante da covid, a P.1.

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Mortes evitadas

A começar pelas vidas poupadas. Do grupo de pacientes em situação crítica de saúde, 12 faleceram.

Comparado com o outro grupo, de 296 pacientes, que recebeu apenas placebo, o resultado da proxalutamida se destaca mais ainda, conforme os médicos. 

Portanto, dos 296 que tomaram apenas o placebo, 141 morreram. Ou seja, uma mortalidade de 47,6%.

Além disso, desse grupo, 52% precisaram de intubação, enquanto entre os que receberam a proxalutamida, apenas 4,4%.

Segundo os cientistas, os tratados com proxalutamida precisaram muito menos de oxigênio que os demais. Ademais, após 14 dias de tratamento com a droga, 92,5% dos pacientes estavam livres do uso de oxigênio. No grupo do placebo, apenas 33,3%.

Conforme Beto Nicolau, o estudo provou que a proxalutamida é eficaz aliada no combate ao coronavírus.

“Em especial para pacientes críticos, cuja mortalidade é muito elevada”. 

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Interior

De acordo com Beto Nicolau, a pesquisa começou em 12 hospitais, de nove municípios. No entanto, neste final do estudo, já eram 15 hospitais e 12 municípios participantes.

Curiosidade 

De acordo com o médico Flávio Cadegiani, integrante da equipe de estudo, pacientes que tomaram a proxalutamida revelaram características interessantes.

Por exemplo, citou aumento de apetite (25%), diarreia (15%), aumento do libido (7%) e ereção prolongada descrita por 2% dos pacientes.

Sobre a Applied Biology

É uma empresa de biotecnologia especializada no desenvolvimento de medicamentos para doenças capilares. 

“Em fevereiro de 2020, nosso grupo de pesquisa descobriu uma relação entre a queda de cabelo e a severidade dos casos de covid-19”, disse Goren.

Segundo o cientista americano, esses estudos indicaram que o coronavírus só consegue entrar nas células pulmonares por meio dos androgênios (grupo de hormônios).

Foto: BNC Amazonas