Militares tinham leitos ociosos e os negaram aos amazonenses
O fato é ponto de partida para investigação aberta para o Tribunal de Contas da União (TCU)

Da Redação do BNC AMAZONAS
Publicado em: 18/03/2021 às 23:59 | Atualizado em: 19/03/2021 às 08:46
Ministério da Defesa, Exército, Aeronáutica e Marinha não ofertaram a civis leitos destinados a pacientes com covid-19 em unidades militares de saúde. Essa é uma possibilidade em investigação pelo Tribunal de Contas da União (TCU).
Sobretudo, auditores do tribunal constataram que essas unidades de saúde se recusam a divulgar a ocupação e a disponibilidade de leitos para o tratamento de pacientes infectados pelo coronavírus. A informação é do “Valor Econômico”.
Diante disso, o ministro Benjamin Zymler, relator do processo, determinou em medida cautelar que o Ministério da Defesa e as três Forças Armadas informem a disponibilização diária de leitos de enfermaria e UTI, em cada unidade de saúde militar, destinados a pacientes com covid-19.
Os órgãos também precisam informar a taxa de ocupação de cada unidade.
Esses dados devem ser fornecidos ao Ministério da Saúde, às secretarias estaduais de Saúde e à população em geral. A decisão foi tomada nesta quarta-feira (17). O prazo para a entrega dos dados é de cinco dias úteis.
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Leitos ociosos
Nesse sentido, o ponto de partida do TCU foi a existência de leitos ociosos em unidade militar de saúde em Manaus, reservados a militares, enquanto a rede pública local vivia em janeiro um colapso generalizado.
Todavia, as unidades militares recebem dinheiro da União, como afirmou o ministro do TCU. Somente em 2020, houve empenhos – autorizações para gastos – de quase R$ 2 bilhões, segundo Zymler.
Por isso, para o ministro, é impensável falar em reserva de vagas, financiadas com dinheiro público, “para determinados setores da sociedade”.
Dessa forma, na noite desta quarta (17), a reportagem fez contato com o Ministério da Defesa sobre a decisão do TCU e aguarda uma resposta.
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Foto: Divulgação/HMAM