MegaleilĂ£o do prĂ©-sal rende mais de R$ 170 milhões aos municĂpios do AM

Publicado em: 05/09/2019 Ă s 14:09 | Atualizado em: 05/09/2019 Ă s 14:26
Por Neuton CorrĂªa, da RedaĂ§Ă£o
O megaleilĂ£o de petrĂ³leo do prĂ©-sal que a Petrobras prevĂª realizar em novembro, no valor de R$ 106,5 bilhões, deverĂ¡ render R$ 170,7 milhões aos 62 municĂpios que compõem o Estado do Amazonas.
Manaus, por exemplo, caso o negĂ³cio seja fechado, tem garantido R$ 56,9 milhões.
Parintins, pouco mais de R$ 4 milhões. Itacoatiara e Manacapuru poderĂ£o receber R$ 3,7 milhões.
Quatro municĂpios, com populaĂ§Ă£o atĂ© 10 mil habitantes, receberiam, cada, uma fatia de R$ 750,1 mil.
A atualizaĂ§Ă£o dos dados foi feita ontem depois que o Senado aprovou, em dois turnos, na noite de terça-feira, dia 3, a proposta de emenda Ă ConstituiĂ§Ă£o (PEC 98/2019), a chamada cessĂ£o onerosa, que permite que a UniĂ£o compartilhe com estados e municĂpios os recursos arrecadados nos leilões do prĂ©-sal.
A regra aprovada determina que o rateio do arrecadado tenha por base os mesmos parĂ¢metros que usa para partilha os fundos de ParticipaĂ§Ă£o de MunicĂpios (FPM) e Estados (FPE).
O texto ainda precisa voltar para a CĂ¢mara dos Deputados, para confirmar as alterações feitas pelos senadores.
Apesar disso, os gestores municipais jĂ¡ comemoram a aprovaĂ§Ă£o da PEC.
O presidente da AAM, o prefeito de MauĂ©s, JĂºnior Leite (foto), disse que a cessĂ£o onerosa chega “num excelente momento de socorro aos municĂpios”.
“Os municĂpios, hoje, estĂ£o vivendo na linha dos custeios, vivendo sĂ³ dos repasses e com extrema dificuldades de investimentos. EntĂ£o, esse recurso chegarĂ¡ em bom tempo e muda a perspectiva de investimentos das prefeituras do interior do Amazonas”, comemorou Leite.
A agĂªncia de notĂcias do Senado, publicou matĂ©ria explicando que a PEC 98/2019 tem a ver com a cessĂ£o onerosa (Lei 12.276, de 2010), procedimento pelo qual o governo garantiu Ă Petrobras o direito de explorar por 40 anos uma Ă¡rea do prĂ©-sal por contrataĂ§Ă£o direta, sem licitaĂ§Ă£o.
Em troca, a empresa antecipou o pagamento de R$ 74,8 bilhões ao governo.
Com a descoberta posterior de um volume maior do combustĂvel fĂ³ssil na regiĂ£o, acrescentou a agĂªncia, o valor foi ajustado para cerca de R$ 70 bilhões, por conta da desvalorizaĂ§Ă£o do preço do barril de petrĂ³leo.
Segundo os termos da proposta, R$ 10,5 bilhões (15% da arrecadaĂ§Ă£o com a cessĂ£o onerosa) serĂ£o destinados aos municĂpios, e outros R$ 10,5 bilhões, aos estados e ao Distrito Federal.
Essas fatias serĂ£o distribuĂdas entre os entes federativos a partir dos critĂ©rios que regem os fundos de participaĂ§Ă£o (FPM e FPE). Dessa forma, serĂ£o privilegiados os estados e municĂpios com as menores rendas per capita.
Uma terceira parcela, de R$ 2,1 bilhões (ou 3% do total), serĂ¡ repassada aos estados que abrigam jazidas de petrĂ³leo, gĂ¡s natural e outros hidrocarbonetos.
Essa parcela serĂ¡ distribuĂda em proporĂ§Ă£o ao resultado apurado de exploraĂ§Ă£o desses recursos.
A medida Ă© necessĂ¡ria porque a transferĂªncia do que Ă© arrecadado pelo prĂ©-sal Ă© contabilizada no cĂ¡lculo das despesas primĂ¡rias do Orçamento federal. Quando a parcela esbarra no teto de gastos da UniĂ£o, nĂ£o hĂ¡ o repasse. A proposta modifica a regra dos limites de despesas primĂ¡rias para evitar que essas transferĂªncias entrem na conta do teto.
AtravĂ©s de um acordo entre os senadores, a PEC foi votada em dois turnos na mesma sessĂ£o, com a dispensa dos prazos regimentais.
Como ela veio da CĂ¢mara e foi modificada pelo Senado, precisa voltar para que os deputados confirmem a nova versĂ£o.
Fonte: AgĂªncia Senado