Marco temporal: PT quer que STF derrube lei que saiu do Congresso
A lei foi aprovada pelo Congresso em setembro, no mesmo dia em que o Supremo rejeitou a tese do marco temporal

Publicado em: 03/01/2024 Ă s 16:40 | Atualizado em: 03/01/2024 Ă s 16:42
Os partidos PT, PCdoB e PV, as trĂªs legendas integram uma Ăºnica federaĂ§Ă£o partidĂ¡ria, protocolaram no Supremo Tribunal Federal (STF) mais uma aĂ§Ă£o questionando a validade da lei que estabelece o marco temporal para demarcaĂ§Ă£o de terras indĂgenas.
A lei foi aprovada pelo Congresso em setembro, no mesmo dia em que o Supremo rejeitou a tese do marco temporal.
O texto estabelece que apenas as terras ocupadas por povos indĂgenas em 5 de outubro de 1988, data da promulgaĂ§Ă£o da ConstituiĂ§Ă£o, podem ser demarcadas.
O presidente Lula da Silva (PT) vetou esse trecho, mas o Congresso derrubou o veto neste mĂªs. A norma foi promulgada no final de dezembro.
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PSOL, Rede e ArticulaĂ§Ă£o dos Povos IndĂgenas do Brasil (Apib) tambĂ©m questionaram a lei no Supremo.
Por outro lado, trĂªs partidos de oposiĂ§Ă£o ao governo (PP, PL e Republicanos) pediram que a Corte reconheça a constitucionalidade do marco temporal sob o argumento de que a Ăºltima palavra deve ser do Legislativo.
As trĂªs ações foram distribuĂdas para o ministro Gilmar Mendes. Os partidos aliados do governo pediram que a aĂ§Ă£o fosse distribuĂda “por prevenĂ§Ă£o” ao ministro Edson Fachin, por ele ter sido relator da aĂ§Ă£o que resultou na declaraĂ§Ă£o de inconstitucionalidade do marco temporal.
Tanto Fachin como Gilmar votaram contra a tese do marco temporal no julgamento realizado em setembro.
Mas, enquanto Fachin atendeu integralmente ao pleito dos indĂgenas e nĂ£o quis discutir a indenizaĂ§Ă£o dos proprietĂ¡rios, Gilmar fez ressalvas Ă amplitude das terras demarcadas e disse que “nĂ£o falta terra”, mas “falta apoio”.
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Foto: AntĂ´nio Cruz/AgĂªncia Brasil