Manifesto denuncia abandono, descaso e briga de egos na Suframa

Polos Suframa

Publicado em: 02/12/2018 Ă s 23:57 | Atualizado em: 02/12/2018 Ă s 23:57

Por Neuton CorrĂªa, da redaĂ§Ă£o

 

Manifesto publicado em nota paga em jornais da capital, neste domingo, pelo Sindicato dos Servidores da Suframa (Sindframa), alerta para a falĂªncia polĂ­tica, administrativa e moral a que chegou a SuperintendĂªncia da Zona Franca de Manaus (Suframa).

A autarquia Ă© o Ă³rgĂ£o responsĂ¡vel pela gestĂ£o do modelo de desenvolvimento que gera, sĂ³ no Polo Industrial de Manaus, 80% de toda a riqueza da economia do Estado do Amazonas.

Mas que, em todo o paĂ­s, segundo o manifesto da entidade geral hoje 769.002 empregos em todo o territĂ³rio nacional.

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“É preocupante o quadro de constante descaso e abandono sofrido nos Ăºltimos anos pela autarquia”, diz o sindicato no primeiro parĂ¡grafo do documento, que aponta a ingerĂªncia polĂ­tica como responsĂ¡vel pelo atual quadro a que se encontra a Suframa:

“Hoje, autarquia Ă© comandada por pessoas indicadas por trĂªs deputados federais e um senador. Parte delas sem preparo tĂ©cnico equivalente Ă  importĂ¢ncia dos cargos que ocupam”.

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Em outro trecho, o sindicato fala de condutas pessoais e “caprichos pessoais” bancados com verba pĂºblica:

“Soma-se a isso a briga de egos nada velada entre os integrantes da alta cĂºpula, e a Suframa vai perecendo ano apĂ³s ano por caprichos individuais bancados pela verba pĂºblica”.

Em seguida do sindicato diz, sem citar nomes, que “certos superintendentes” caĂ­ram em em descrĂ©dito e fragilizaram politicamente a autarquia:

“Certos superintendentes estĂ£o em descrĂ©dito com o governo federal, com o empresariado local e, principalmente, com os servidores da autarquia, o que agrava ainda mais o enfraquecimento polĂ­tico da Suframa”.

Sobre questões administrativa, o manifesto relata situações de rotina emperradas “porque os gestores nĂ£o conseguem fazer um mero contrato”:

“Na sede da autarquia em Manaus, os gestores nĂ£o conseguem fazer um mero contrato de Ă¡gua e outro de confecĂ§Ă£o de crachĂ¡s; no AmapĂ¡, Acre, RondĂ´nia e Roraima a situaĂ§Ă£o ainda Ă© pior. Nesses estados, hĂ¡ cidades onde os servidores nĂ£o tĂªm estrutura fĂ­sica decente nem conexĂ£o com a internet para trabalhar”.

O documento finaliza com o apelo ao presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) para, dentre outras coisas ponha fim nas indicações polĂ­ticas, valorize os quadros da casa e que dĂª condições humanitĂ¡rias dignas e decentes para o trabalho no Ă³rgĂ£o

 

Leia o documento:

Manifesto em defesa da Suframa

Com o novo cenĂ¡rio polĂ­tico que se configurou apĂ³s as eleições deste ano, iniciaremos 2019 de esperanças renovadas nas instituições e nos entes pĂºblicos do paĂ­s.

No entanto, Ă© preocupante o quadro de constante descaso e abandono sofrido nos Ăºltimos anos pela autarquia mais importante da AmazĂ´nia Ocidental e do AmapĂ¡: a Suframa.

ResponsĂ¡vel por gerir os incentivos fiscais da Zona Franca de Manaus e promover o desenvolvimento regional no Amazonas, Acre, AmapĂ¡, RondĂ´nia e Roraima, a Suframa gera hoje 769.022 empregos em todo o territĂ³rio nacional atravĂ©s da compra de mercadorias nacionais pelas empresas incentivadas com o modelo.

Mesmo com toda essa importĂ¢ncia, predomina hoje na Suframa o descaso com os profissionais tĂ©cnicos e loteamento polĂ­tico nos cargos de direĂ§Ă£o.

Hoje, a autarquia Ă© comandada por pessoas indicadas por trĂªs deputados federais e um senador. Parte delas sem preparo tĂ©cnico equivalente Ă  importĂ¢ncia dos cargos que ocupam.

Soma-se a isso a briga de egos nada velada entre os integrantes da alta cĂºpula, e a Suframa vai perecendo ano apĂ³s ano por caprichos individuais bancados pela verba pĂºblica.

Certos superintendentes estĂ£o em descrĂ©dito com o governo federal, com o empresariado local e, principalmente, com os servidores da autarquia, o que agrava ainda mais o enfraquecimento polĂ­tico da Suframa.

Na sede da autarquia em Manaus, os gestores nĂ£o conseguem fazer um mero contrato de Ă¡gua e outro de confecĂ§Ă£o de crachĂ¡s; no AmapĂ¡, Acre, RondĂ´nia e Roraima a situaĂ§Ă£o ainda Ă© pior.

Nesses estados, hĂ¡ cidades onde os servidores nĂ£o tĂªm estrutura fĂ­sica decente nem conexĂ£o com a internet para trabalhar.

Mas sombram promessas vazias de algumas superintendentes a disjuntos.

Nosso compromisso como representantes dos servidores Ă© lutar pelo fortalecimento da autarquia, e, para isso, Ă© necessĂ¡rio que a Suframa tenha tratamento diferenciado pelo governo do presidente Jair Bolsonaro.

E que sejam tomadas as seguintes medidas:

a) Fim das indicações políticas;

b) NomeaĂ§Ă£o de servidores tĂ©cnicos para os cargos de chefia;

c) Comprometimento real da alta cĂºpula administrativa com fortalecimento da Suframa;

d) Engajamento dos gestores com o desenvolvimento multissetorial da AmazĂ´nia Ocidental e do AmapĂ¡;

e) AtuaĂ§Ă£o conjunta e contĂ­nua entre auditoria interna da Suframa, a CGU e o TCU;

f) Desenvolvimento instalaĂ§Ă£o de sistemas de informaĂ§Ă£o e indicadores em todas as Ă¡reas de atuaĂ§Ă£o da Suframa;

g) ValorizaĂ§Ă£o dos servidores;

h) Condições de trabalho (estruturais e humanitĂ¡rias) dignas e decentes, principalmente nas unidades descentralizadas.

Tais demandas estĂ£o consonĂ¢ncia com o relatĂ³rio do Tribunal de contas da uniĂ£o sobre a Suframa: https://meapffc.app.tcu.gov.br/relatĂ³rios/304.pdf

 

Sindicato dos Servidores da Suframa – Sindframa.

 

Foto: BNC AMAZONAS