Malafaia é ‘líder de internet’ e tóxico para Bolsonaro, detona Ciro Nogueira

O senador Ciro Nogueira (PP-PI) intensificou nesta segunda-feira (11 de agosto ) as críticas ao pastor Silas Malafaia, afirmando que sua atuação como figura política nas redes sociais prejudica a imagem de Bolsonaro.

Para o ex-ministro da Casa Civil, Malafaia “não lidera nada” e se apresenta como chefe de um movimento sem representatividade institucional relevante.

“É um pastor líder de internet, que não tem nem igreja representativa no país. O erro [de Bolsonaro] é aceitar essas figuras, que acabam aparecendo na frente de uma manifestação de milhões como se fossem grandes líderes”, afirmou Nogueira, em entrevista ao UOL News.

O senador também destacou que o pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes não tem viabilidade no Congresso e que não se submete à pressão de lideranças religiosas.

“Eu não me meto na sua igreja. Se o senhor quiser ser senador e se candidatar… será muito bem-vindo. Diferentemente da sua igreja, na democracia quem prevalece é a maioria, e não a vontade de um”.

A troca de farpas começou quando Malafaia chamou Nogueira de “traidor” por não assinar o pedido de impeachment contra Moraes.

O pastor acusou o senador de “apoiar a ditadura de toga” e de agir como “coronel do Nordeste que não suporta crítica”.

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Rachaduras no bolsonarismo

O embate expõe um racha no campo bolsonarista. Enquanto Malafaia atua com forte presença nas redes e em eventos públicos, Nogueira adota postura mais pragmática, afirmando que só se envolve em processos com chance real de êxito, como no impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil -AP), já sinalizou que não pautará o pedido contra Moraes, mesmo com o número mínimo de assinaturas para envio ao plenário.

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Impacto político

Ao chamar Malafaia de “líder de internet” e minimizar sua influência real, Nogueira sugere que o bolsonarismo perde força política quando se deixa representar por figuras midiáticas como o pastor religioso.

O atrito deve seguir repercutindo nas redes sociais e nos bastidores do bolsonarismo.

Foto: Pedro França/Agência Senado