Material colhido nas investigações da Custo Político emperra julgamento

Enormes volumes de material colhido nas investigações e diligências da Polícia Federal e a necessária visualização pelos advogados de defesa dos réus da operação Custo Político têm prorrogado os julgamentos dos processos na primeira instância da Justiça Federal.

A constatação é de fonte do Poder Judiciário, passados mais de cinco meses da realização da ação como desdobramento da operação Maus Caminhos. Nessa fase foram presos ex-secretários do governo de José Melo (Pros), de 2015 a 2017.

Segundo a fonte do BNC Amazonas, os autos dos processos estão entulhados com volumes excessivos de mídias que demandam do juizado longos períodos de tempo e equipamentos apropriados para baixar e analisar áudios e vídeos encontrados em aparelhos smartphones e iphones, além de notebooks e computadores dos investigados.

Por exemplo, há milhares de conversas, imagens e áudio armazenados em discos blu-ray. Isso exigiu, inclusive, que a Justiça tivesse de adquirir um aparelho dessa tecnologia de alta definição para ter acesso aos dados. A mesma dificuldade enfrentam os advogados dos reús na análise dos autos.

Outro motivo de atraso é a espera de devolução pela Polícia Federal de arquivos corrompidos, que não puderam ser baixados. Nesses casos, a Justiça devolve o material para que a polícia grave novamente.

A operação Maus Caminhos e suas fases

A operação Custo Político é um dos dois desdobramentos até aqui da operação Maus Caminhos, deflagrada pela Polícia Federal em dezembro de 2017 para apurar o desvio de R$ 110 milhões da saúde do estado.

Nela, foram presos os ex-secretários Afonso Lobo (fazenda), Raul Zaidan (casa civil), Pedro Elias e Wilson Alecrim, ambos da saúde, além de Evandro Melo (administração), o irmão do governador cassado José Melo.

O ex-governador e sua esposa foram presos em outra ação da Maus Caminhos, a operação Estado de Emergência.