Hapvida é alvo de 11 pedidos de investigações policiais do MP

Denunciada por nĂ£o obedecer a Justiça, ações da empresa na bolsa de valores despencaram

Defensoria do AM investiga Hapvida por mĂ¡ prestaĂ§Ă£o de serviços

Publicado em: 21/01/2024 Ă s 16:00 | Atualizado em: 21/01/2024 Ă s 16:04

A Promotoria de Justiça do Jecrim (Juizado Especial Criminal) solicitou a abertura de 11 inquéritos policiais contra a Hapvida entre 2022 e 2023, sete deles apenas no ano passado.

Todos os processos se referem a desobediĂªncia de decisões a favor dos pacientes e, em caso de condenaĂ§Ă£o, as penas incluem detenĂ§Ă£o ou multa.

As investigações ganharam destaque na quarta-feira (18), depois de jornal ‘O Estado de S. Paulo’ publicar reportagens especiais sobre o descumprimento de liminares pela empresa.

Conforme o levantamento, hĂ¡ caso de morte de paciente apĂ³s a demora no atendimento.

As denĂºncias impactaram o valor das ações da companhia (-6,98% na B3), maior operadora de saĂºde do paĂ­s. SĂ£o 8,9 milhões de beneficiĂ¡rios, o equivalente a 17,5% do mercado.

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Decisões judiciais

Os problemas no atendimento chegaram ao MinistĂ©rio PĂºblico por meio de uma representaĂ§Ă£o apontando o nĂ£o fornecimento de medicamentos e tratamentos pela empresa, ainda que compelida judicialmente.

De acordo com a denĂºncia, a situaĂ§Ă£o piorou apĂ³s a fusĂ£o da Hapvida com a NotreDame, em 2022, e em ao menos 80 processos as decisões judiciais favorĂ¡veis aos pacientes nĂ£o haviam sido cumpridas.

A partir daĂ­, a promotoria começou a apurar a situaĂ§Ă£o e pediu informações ao Procon de SĂ£o Paulo e ao Reclame Aqui.

No primeiro, foram encontrados 3.188 registros contra a operadora de saĂºde em um perĂ­odo de 12 meses, sendo 435 nĂ£o atendidos e, dentre eles, 107 possivelmente referentes ao descumprimento de liminares. No segundo, havia 492 reclamações.

Ă€ Ă©poca, o MinistĂ©rio PĂºblico notificou a empresa para que se manifestasse, mas atĂ© o Ăºltimo dia 12 nĂ£o havia obtido resposta.

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Foto: Evandro Seixas/DPE