Guedes deixa quieta lei sancionada, mas pensa em outros cortes na ZFM

Publicado em: 07/01/2019 às 07:41 | Atualizado em: 07/01/2019 às 12:17
O governo federal e a equipe econômica do ministro Paulo Guedes, por enquanto, não devem mais implicar com a Zona Franca de Manaus (ZFM) e a lei que mantém isenção tributária às empresas do Norte e Nordeste até 2023.
Mas, isso é só porque precisa do apoio parlamentar dessas regiões para aprovar a reforma da previdência social. O Norte e o Nordeste têm, juntos, 42% dos deputados federais e 59% dos senadores do Congresso.
A equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes, que já tem tudo pronto para apresentar a proposta de reforma a deputados e senadores em fevereiro, avaliou que comprar uma briga agora não é negócio.
Guedes fez as contas: a isenção fiscal nas áreas das superintendências de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) e do Nordeste (Sudene) é de R$ 2 bilhões; a reforma da previdência pode gerar economia de R$ 1 trilhão em dez anos.
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A estratégia do time de Guedes é postergar ao máximo o efeito fiscal dos incentivos tributários. Assim, novos projetos de empresas devem sofrer lenta avaliação para que as consequências de isenções não apareçam neste ano.
Enquanto isso, Guedes e sua turma estudam que outros subsídios à ZFM possam ser cortados. A Folha de S. Paulo antecipa que a mira estará voltada agora para dois dos principais setores do modelo de desenvolvimento da região Norte: o de concentrados para refrigerantes e o polo de duas rodas.
“A análise técnica mostra que o custo benefício é ruim –custam em torno de R$ 1,5 bilhão por ano e geram menos de 100 empregos. Esta relação é o critério que será observado pela equipe econômica na análise dos incentivos”, diz o jornal.
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Foto: Reprodução/Twitter