Fux age contra tĂ¡tica de advogados para escolher relator no STFÂ
O caso veio Ă tona a partir da libertaĂ§Ă£o do traficante AndrĂ© do Rap, pelo ministro Marco AurĂ©lio Mello.

Publicado em: 17/10/2020 Ă s 18:32 | Atualizado em: 17/10/2020 Ă s 18:37
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux (foto), acabou com a manobra de advogados que escolhiam relator. O caso veio Ă tona a partir da libertaĂ§Ă£o do traficante AndrĂ© do Rap, pelo ministro Marco AurĂ©lio Mello.
A libertaĂ§Ă£o do traficante, entretanto, nĂ£o serviu apenas para expor dĂºvidas sobre a manutenĂ§Ă£o da prisĂ£o preventiva de criminosos.
O caso, contudo, jogou luz em outra prĂ¡tica que vinha sendo adotada por advogados de defesa de alguns condenados.
De acordo com reportagem do Correio Braziliense, defensores apresentavam diversos habeas corpus. Essa prĂ¡tica, enfim, se seguia atĂ© conseguir que a aĂ§Ă£o caĂsse nas mĂ£os do ministro que mais lhes agradasse.
A manobra jĂ¡ era de conhecimento dos ministros, mas somente agora foi questionada publicamente.Â
Na quinta-feira (15), Luiz Fux publicou uma resoluĂ§Ă£o sobre o assunto. O objetivo Ă© de evitar tentativas de transformar o processo de escolha em uma “ciranda” de relatores do STF.
O ato de Fux se deu ao fim da sessĂ£o que definiu, por 9 votos a 1, que a prisĂ£o do lĂder do PCC, AndrĂ© do Rap, deveria ser mantida.
Coube ao ministro Gilmar Mendes dar o tom do problema e a necessidade de mudança nas regras. “HĂ¡ uma norma no regimento que permite que se faça a desistĂªncia que houve neste habeas corpus (de AndrĂ© do Rap), sem que haja a prevenĂ§Ă£o (termo usado quando o relator de um caso passa a receber todos os demais processos associados ao primeiro). Precisa ser reformado, porque isso, com certeza, leva Ă possibilidade de fraude”, disse Gilmar.
Fim das exceçõesÂ
A escolha do relator para casos levados ao STF ocorre por meio de um sorteio informatizado.
Pela regra que estava em vigor atĂ© quinta, o ministro sorteado recebia, automaticamente, todos os demais processos vinculados ao primeiro. É a chamada “prevenĂ§Ă£o”.
O problema Ă© que essa regra tinha diversas exceções. Deixava de existir, por exemplo, quando o autor do processo desistia da aĂ§Ă£o.
Perdia seu efeito tambĂ©m se o relator ainda nĂ£o tivesse tomado uma decisĂ£o sobre o pedido de liminar ou mĂ©rito da causa.
A resoluĂ§Ă£o de Fux acabou com todas essas exceções.Â
Agora, quando um relator Ă© definido, ele passa a ser designado para todos os demais processos que tenham conexĂ£o com o inicial.
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Foto: Fellipe Sampaio/SCO/STF – 8/10/2020
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