Marco fiscal: relator na CĂ¢mara vai excluir Fundeb e fundo do DF
A proposta cria metas flexĂveis para equilibrar as contas pĂºblicas, permitindo aumento de gastos acima da inflaĂ§Ă£o condicionado Ă arrecadaĂ§Ă£o.

Publicado em: 22/08/2023 Ă s 16:04 | Atualizado em: 22/08/2023 Ă s 16:05
O relator do novo arcabouço fiscal na CĂ¢mara dos Deputados, ClĂ¡udio Cajado (PP-BA), anunciou que o projeto serĂ¡ submetido Ă votaĂ§Ă£o durante a sessĂ£o desta terça-feira (22/8) na Casa. A proposta visa a criar um novo conjunto de regras fiscais com o intuito de equilibrar as contas pĂºblicas.
Caso seja aprovado pelo Congresso, esse mecanismo substituirĂ¡ o atual teto de gastos, que estabelece um limite para o crescimento das despesas pĂºblicas, baseado na inflaĂ§Ă£o do ano anterior.
Uma das principais mudanças introduzidas pela nova regra fiscal Ă© a autorizaĂ§Ă£o para aumentar os gastos pĂºblicos acima da taxa de inflaĂ§Ă£o.
No entanto, tal crescimento estarĂ¡ condicionado ao aumento da arrecadaĂ§Ă£o de receitas do governo. Dessa forma, busca-se criar uma abordagem mais flexĂvel para o controle dos gastos pĂºblicos, permitindo ajustes que levem em consideraĂ§Ă£o a capacidade do Estado de arrecadar recursos.
No entanto, ClĂ¡udio Cajado afirmou que irĂ¡ manter de fora das novas regras dois importantes fundos: o Fundo de ManutenĂ§Ă£o e Desenvolvimento da EducaĂ§Ă£o BĂ¡sica (Fundeb) e o Fundo Constitucional do Distrito Federal.
O motivo alegado Ă© que esses fundos possuem caracterĂsticas e objetivos especĂficos que nĂ£o se encaixam plenamente no contexto da nova regra fiscal.
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O Fundeb, por exemplo, Ă© uma das principais fontes de financiamento para a educaĂ§Ă£o bĂ¡sica no paĂs, enquanto o Fundo Constitucional do Distrito Federal Ă© direcionado a investimentos em Ă¡reas como segurança, saĂºde e educaĂ§Ă£o na capital do paĂs.
No processo de tramitaĂ§Ă£o do projeto, ele jĂ¡ passou pela CĂ¢mara dos Deputados, mas precisou retornar devido a alterações realizadas durante sua anĂ¡lise no Senado, onde foi aprovado hĂ¡ dois meses.
Entre as alterações feitas no Senado estava a exclusĂ£o do Fundeb e do Fundo Constitucional do Distrito Federal das regras propostas. AlĂ©m disso, uma emenda conhecida como “emenda Randolfe” foi incluĂda, permitindo ao governo incluir, no orçamento de 2024, despesas projetadas com base na inflaĂ§Ă£o, desde que aprovadas pelo Congresso.
O relator ClĂ¡udio Cajado reforçou que sua decisĂ£o de manter os dois fundos fora das regras nĂ£o foi sua preferĂªncia inicial, mas sim um acordo.
Apesar das divergĂªncias, o relator ClĂ¡udio Cajado demonstrou que sua intenĂ§Ă£o Ă© construir um relatĂ³rio tecnicamente sustentĂ¡vel, baseado na importĂ¢ncia do controle das despesas e da dĂvida pĂºblica.
Ele tambĂ©m mencionou que a inclusĂ£o da questĂ£o inflacionĂ¡ria Ă© uma matĂ©ria da Lei de Diretrizes OrçamentĂ¡rias (LDO), e nĂ£o do regime fiscal propriamente dito.
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Foto: Pablo Valadares/CĂ¢mara dos Deputados