Falta de peças e componentes derruba produção de bikes na ZFM
De acordo com a Abraciclo, a indústria de bicicletas da ZFM produziu 51 mil unidades, em abril, redução de 11,3% em relação a março

Da Redação do BNC Amazonas em Brasília
Publicado em: 13/05/2021 às 17:23 | Atualizado em: 13/05/2021 às 18:21
A falta de peças e componentes continua afetando a produção das fabricantes de bicicletas instaladas no polo industrial da Zona Franca de Manaus (ZFM).
Esse desabastecimento tanto no mercado nacional quanto na queda das importações internacionais foi provocado pela pandemia do novo coronavírus.
De acordo com os dados divulgados pela Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo), nesta quinta-feira (13), em abril, foram produzidas 51.281 bicicletas, volume 11,3% inferior na comparação com as 57.843 unidades registradas no mês de março.
Em relação ao mesmo mês do ano passado, quando a maioria das fabricantes suspendeu suas operações devido à primeira onda do coronavírus no Amazonas, houve alta de 409,2%. Em abril de 2020, a produção totalizou 10.071 bicicletas.
No primeiro quadrimestre, a produção totalizou 222.183 unidades, o que corresponde a um aumento de 22,8% em relação as 180.994 bicicletas fabricadas no mesmo período do ano passado.
O volume é superior ao registrado no mesmo período em 2018, quando a indústria atingiu 220.069 unidades produzidas. No entanto, está abaixo das 259.422 bicicletas fabricadas nos quatro primeiros meses de 2019.
O vice-presidente do segmento de bicicletas da Abraciclo, Cyro Gazola, afirma que o setor continua limitado pela falta de insumos que atinge toda a cadeia global de suprimentos.
“Há falta de alguns componentes como sistemas de freios e de transmissões, por exemplo, que dificultam a montagem e gera a falta de alguns modelos no mercado”, diz. A demanda por bicicletas continua alta e acreditamos que o fornecimento de peças será normalizado no segundo semestre deste ano”, avalia o executivo.
Indústria crescerá com vacinação
Gazola afirma ainda que se o abastecimento de peças e componentes for normalizado e se o programa de vacinação for acelerado para evitar um novo agravamento da crise sanitária, a indústria pode crescer acima da expectativa.
Para este ano, a produção é estimada em 750.000 unidades, alta de 12,8% na comparação com 2020 (665.186 bicicletas).
“Se o fornecimento de peças for atendido, as fabricantes irão adequar seu planejamento de produção à demanda do mercado. O consumidor quer e aguarda por bicicletas”, diz o vice-presidente da Abraciclo.
Menos exportações
Segundo dados do portal Comex Stat, em abril, foram exportadas 1.303 bicicletas. O volume é 17,6% inferior ao registado no mês anterior (1.582 unidades) e 8.586,7% superior às 15 unidades destinadas ao mercado externo em abril do ano passado.
Com 1.070 bicicletas e 82,1% do volume total exportado, o Uruguai foi o principal mercado. Em segundo lugar, ficou o Paraguai (216 unidades e 16,6% do total exportado), seguido pelo Chile (6 unidades e 0,5%).
No quadrimestre, as exportações totalizaram 4.668 unidades, alta de 136,1% na comparação com o mesmo período do ano passado (1.977 bicicletas).
No período, os principais mercados foram Paraguai (2.344 unidades e 50,2% de participação), Uruguai (1.855 unidades e 39,7%) e Bolívia (430 unidades e 9,2%).
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Foto: Divulgação/Abraciclo