Casos de trabalho escravo no Brasil crescem 76% em 2021

O filme “Pureza’, de Renato Barbieri, já está em cartaz nos cinemas de todo o país.

A jornada heróica da maranhense Pureza, vivida da telona pela atriz Dira Paes, sai em busca de seu filho Abel (Matheus Abreu), desaparecido após partir para o garimpo na Amazônia.

À procura do filho, Pureza acaba encontrando um sistema de aliciamento e cárcere de trabalhadores rurais.

Então, ela se emprega em uma fazenda onde testemunha o tratamento brutal de trabalhadores e o desmatamento da floresta.

Pureza escapa da fazenda e denuncia os fatos às autoridades federais.

Sem credibilidade e lutando contra um sistema forte e perverso, ela retorna à floresta para registrar provas.

Lamentavelmente, o trabalho escravo no meio rural ainda é uma triste realidade no Brasil profundo.

De acordo com levantamento da Comissão Pastoral da Terra (CPT), em 20021, foram registrados no país 169 ocorrências desse tipo de aliciamento e cárcere de trabalhadores rurais.

Envolvendo 2.035 pessoas, com resgate de 1.726 trabalhadores, o aumento de casos de trabalho escravo foi de 76% em relação a 2020.

Naquele ano, houve 96 ocorrências, com 1.104 trabalhadores envolvidos e 810 resgatados.

Foi na região Sudeste onde houve o maior número de ocorrências: 59, onde foram resgatadas 919 pessoas.

Os casos são seguidos do Centro-Oeste (37), Norte (33) Nordeste (30) e a região Sul com 10 casos.

Nos sete estados da região Norte, o Pará foi o campeão em ocorrências de trabalho escravo. Saiu de 9 casos, em 2020, para 27 registros no ano passado. Aumento de 200%. Foram resgatados 109 trabalhadores.

Trabalho escravo na região Norte em 2021

Tocantins – 4 ocorrências e 15 resgates

Amazonas – 1 ocorrência e 12 resgates

Roraima – 1 ocorrência e 7 resgates.

No ano passado, não foram registrados casos de trabalho escravo nos estados do Acre, Amapá e Rondônia. No entanto, em 2020, houve três ocorrências, com oito resgates na zona rural rondoniense.

Foto: divulgação