Deputados bolsonaristas se queixam na PF sobre ato de indígenas

Alguns deputados de oposição ao governo estariam, segundo os bolsonaristas, envolvidos na confusão

Publicado em: 23/06/2021 às 18:00 | Atualizado em: 23/06/2021 às 18:06

Quatro deputados da base de apoio do presidente Jair Bolsonaro na Câmara anunciaram nesta quarta-feira (23) que irão representar na Polícia Federal, Procuradoria-Geral da República e no Conselho de Ética da Casa contra os parlamentares que apoiaram os protestos de indígenas nesta terça-feira (22), contra o PL 490.

A manifestação dos indígenas foi marcada por um intenso conflito. 

Policiais militares usaram bombas de efeito moral para afastar os manifestantes e um policial legislativo foi ferido por uma flecha na perna.

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Alguns deputados de oposição ao governo estariam, segundo os deputados do governo, envolvidos na confusão.

De acordo com os bolsonaristas, a participação de deputados de esquerda manifestação dos indígenas contra o Projeto de Lei – que é votado na CCJ e dificulta a demarcação de novas terras aos povos originários do Brasil – configurou um “ataque frontal à democracia”.

“A gente conseguiu derrubar uma presidente da República sem quebrar uma vidraça sequer”, comparou a deputada Carla Zambelli (PSL-SP).

Zambelli comparou o ato desta terça-feira a um realizado em maio de 2020, por um grupo de inspiração neofascista “300 do Brasil” na porta do Supremo Tribunal Federal (STF).

Para a parlamentar, o fato de aqueles manifestantes (cerca de 30) terem jogado fogos de artifício para o alto em frente à corte foi considerado um ataque à democracia – logo, por consequência, “um ataque frontal com tentativa de homicídio de policiais legislativos e servidores legislativos”.

Todos os parlamentares eram do PSL: Participaram do ato, além de Zambelli (SP), General Girão (RN), Marcelo Álvaro Antônio (MG), Major Vitor Hugo (GO) e Eduardo Bolsonaro (SP) assinaram o documento.

Para Major Vitor Hugo, parte dos indígenas seriam manipulados pela esquerda, e os povos tradicionais não saberiam com clareza o que trata o PL.

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Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados