Deodato pisa em campo minado comandado por inimigo

Publicado em: 17/10/2017 às 07:11 | Atualizado em: 17/10/2017 às 07:11
O secretário de Estado da Saúde (Susam), Francisco Deodato, vai hoje à Assembleia Legislativa do Estado (ALE-AM) para falar dos números polêmicos do setor que comanda a partir de agora.
A ida dele à Casa, no entanto, terá muito mais valor político do que técnico e será simbólico para o relacionamento entre Executivo e Legislativo, que se mostra beligerante contra o governador Amazonino Mendes (PDT).
Para começar, o cartão de visita mostrado pelo presidente do ALE-AM, o ex-governador interino David Almeida (PSD), foi de posição de guarda ao confronto.
Há uma semana, após cinco meses na chefia do Executivo, da qual saiu antes do que previa, por força de decisão judicial provocada por Amazonino, David atacou o novo mandatário e chamou o titular da Susam de irresponsável.
O presidente da ALE-AM se referia aos R$ 1,2 bilhão, em déficit, que Deodato declarou à imprensa ter recebido da gestão interina de David Almeida.
Dias antes, o deputado Sabá Reis (PR) já havia proposto uma CPI, também na área de saúde.
Soma-se a essas ações aparentemente isoladas outra situação na relação Executivo e Legislativo: a minguada base de apoio de Amazonino, que não conseguiu reunir mais que sete deputados, dos 24 membros do poder, em seu primeiro encontro com os aliados, na semana passada.
Por tudo isso, a ida de Francisco Deodato, uma das pessoas mais próximas de Amazonino, na alegria e na tristeza, com mandato ou sem mandato, será observada não com calculadora para confrontar os números dele com o do David Almeida.
A ida dele será observada com a sensibilidade política.
Por isso, hoje, para ele, o plenário será campo em território inimigo. Uma pisada errada, poderá pôr no ar o pouco que o novo governador tem para lhe garantir governabilidade segura.
Foto: BNC