Delator da Andrade Gutierrez na Lava Jato quer contar mais ao MPF

Azevedo estaria preocupado que sua delação seja cancelada pelo MPF

Andrade

Da Redação BNC Amazonas

Publicado em: 12/03/2020 às 07:08 | Atualizado em: 12/03/2020 às 07:08

Ex-presidente da construtora Andrade Gutierrez está preocupado com o futuro de acordo de delação com o MPF. Por conta disso, Otávio Azevedo vem tentando convencer os procuradores da operação Lava Jato a ouvir novas revelações.

De acordo com o site O Antagonista, o delator receia que sua delação seja cancelada. Tudo porque outro delator, o ex-governador do Rio Sérgio Cabral, entregou que Azevedo omitiu informações.

Segundo Cabral, entre as coisas que Azevedo escondeu esquema de um filho do ex-presidente Lula da Silva (PT). Tais omissões seriam sobre a fusão da Brasil Telecom e Oi.

Como decorrência desse esquema, Lula teria sido beneficiado com propina da Oi. E a Andrade Gutierrez era uma das sócias controladoras da telefônica. A Lava Jato apura se o sítio em Atibaia (SP) foi comprado com essa propina.

Enquanto isso, Lula já foi condenado na Justiça pelas reformas nesse sítio, bancadas por empreiteiras.

Por ter escondido esses detalhes na delação é que Azevedo está temeroso quanto ao futuro do acordo.

 

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Na tentativa de corrigir essa falha é que ele procurou o MPF. Como resultado, a Andrade Gutierrez, que entre outras obras no Amazonas construiu o estádio Arena da Amazônia, pode trazer novas revelações sobre políticos envolvidos no esquema de propina.

Já faz quatro anos que o ex-homem forte da construtora se tornou delator. Em uma das últimas operações da Lava Jato, a Mapa da Mina, em dezembro passado, Azevedo foi alvo de três mandados de busca e apreensão.

E eles foram cumpridos porque a Lava Jato já desconfiava que Azevedo escondia ilícitos não revelados na delação.

O acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR) foi homologado em 2016. Nele é previsto rescisão se Azevedo não contar “todos os esquemas criminosos” que sabe.

Isso inclui revelar a estrutura hierárquica e a divisão de tarefas dos esquemas de corrupção e propina montados também para a construção de estádios para a Copa do Mundo de 2014.

*Com informações da Folha

 

Foto: Reprodução/Brasil247