A partida dos cubanos e os sintomas de coma na saĂºde e na polĂ­tica

Cubanos

Publicado em: 16/11/2018 Ă s 17:43 | Atualizado em: 16/11/2018 Ă s 17:59

Neuton CorrĂªa, da RedaĂ§Ă£o

 

A substituiĂ§Ă£o dos mĂ©dicos cubanos por brasileiros e de outras nacionalidades nĂ£o serĂ¡ o Ăºnico problema a ser enfrentado pelo futuro governo do presidente da RepĂºblica eleito Jair Bolsonaro (PSL) para tentar conter os efeitos da disenteria que provoca a cada comentĂ¡rio que faz sobre polĂ­tica externa do paĂ­s.

Para muito alĂ©m do debate ideolĂ³gico, hĂ¡ questões objetivas que precisam ser levadas em conta.

Os profissionais de Cuba, a despeito de atuarem nas periferias, no interior do Brasil, nas Ă¡reas indĂ­genas, nas comunidades quilombolas, distantes dos sofisticados hospitais de equipamentos ultramodernos, sĂ£o tĂ£o especialistas quanto os mĂ©dicos que trabalham na alta complexidade.

A especialidade deles Ă© a prevenĂ§Ă£o de doenças do cidadĂ£o e do estado.

Nesse caso, Ă© uma forma de combater o mal das filas dos hospitais, que humilham pacientes e governos, e de proporcionar reduĂ§Ă£o de gastos com medicamentos caros, porque a doença Ă© combatida na origem.

Quanto ao Amazonas, a saĂ­da dos mĂ©dicos cubanos poderĂ¡ aumentar ainda mais o drama do setor de saĂºde, que mais uma vez fecha o ano em crise.

Certamente, haverĂ¡ consequĂªncia em efeitos cascata. Sem tratamento no interior, o caminho serĂ¡ recorrer Ă s cidades, e a que possui mais condições de dar um alento de qualidade Ă© a capital. Esta, por seu turno, sofrerĂ¡ com o inchaço das famĂ­lias que trocam suas terras pelo grande centro em busca de socorro.

A experiĂªncia da medicina cubana no Amazonas nĂ£o Ă© recente. Em seus quase 20 anos instalada no estado, tornou-se referĂªncia nacional, a ponto de o governo adotĂ¡-la no programa Mais MĂ©dicos.

Cuba chegou a Manaus, nesse setor, pelas mĂ£os do entĂ£o prefeito Alfredo Nascimento, que foi a Fidel Castro no fim de seu primeiro mandato conhecer a razĂ£o de um paĂ­s tĂ£o pobre ter uma saĂºde tĂ£o respeitada mundialmente.

A resposta disso foi instalada na capital amazonense, mas hoje estĂ¡ na iminĂªncia de ser perdida porque a lĂ³gica que move o profissional brasileiro nĂ£o Ă© a mesma que tolera a insalubridade dos ambientes hostis a que se submetem os cubanos.

 

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Foto: ReproduĂ§Ă£o/site Tribuna Hoje