CPI da caixa-preta dos combustíveis já tem assinaturas suficientes

Publicado em: 30/05/2018 às 12:55 | Atualizado em: 30/05/2018 às 12:55
A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) deu entrada, na noite de terça, dia 29, no pedido de instalação de uma CPI (comissão parlamentar de inquérito) para investigar a caixa-preta da política de preços dos combustíveis da Petrobrás. O requerimento, que teve o apoio de parlamentares da oposição e da base governistas, tem 29 assinaturas, duas a mais do que o necessário.
Na segunda-feira, em discurso no plenário do Senado, o senador Omar Aziz (PSD-AM) defendeu a abertura da “caixaa-preta da Petrobrás” para que o governo explique a política de preços praticada pela estatal para os combustíveis. “Não só o diesel, mas a gasolina, o gás de cozinha, o querosene”, disse.
Além de Vanessa e Omar, o senador Eduardo Braga (MDB) também assinou a proposta de investigação da estatal.
Para ser instalada, será preciso a leitura do requerimento em sessão no plenário da casa para que os líderes possam indicar os membros.
Após a leitura, os senadores terão até à meia-noite do mesmo dia para retirar suas assinaturas, caso desejem desistir da CPI.
“A proposta é que seja uma CPI exclusivamente técnica, com um prazo de funcionamento de 30 dias para estudar a política do preço do combustível praticado pela Petrobrás. É necessário abrir a caixa-preta da empresa”, afirmou Vanessa.
Política de preços dolarizada
No documento, alega a senadora que “as políticas adotas pelo governo e pela Petrobrás nos últimos dois anos têm se alinhado e balizado na lógica do mercado internacional, descolando-se do interesse nacional e da nossa população”.
O presidente da estatal, Pedro Parente, é mencionado como “homem de mercado” e que recentemente assumiu a presidência do Conselho de Administração da BRF S.A. “Até pouco tempo [ele] presidiu o conselho de administração da BM&Bovespa. Há que se imaginar que a complexidade de uma empresa estatal e estratégica como é a Petrobrás exige exclusiva atenção e direcionamento de sua gestão”.
Outra justificativa é que há uma política de desinvestimento na empresa que fere o interesse nacional.
“A empresa está sendo desintegrada com o plano de negócios, com saída do transporte de gás, dos biocombustíveis, da petroquímica, dos fertilizantes, da energia elétrica etc. A empresa, ao contrário da Shell, Exxon, Statoil, etc, está concentrando na produção de petróleo, e deixando de ser uma empresa de energia”.
Por fim, o pedido alega que a “adoção de modelo de negócios baseado em premissas falsas tem o objetivo de maximizar o valor para acionista no curto prazo, comprometendo o futuro da empresa em prejuízo do Brasil”.
Quem assinou a CPI da caixa-preta
Amazonas
- Vanessa Grazzziotin (PCdoB)
- Eduardo Braga (MDB)
- Omar Aziz (PSD)
Acre
- Jorge Viana (PT)
Amapá
- Randolfe Rodrigues (Rede)
- João Capiberibe (PSB)
Bahia
- Lídice da Mata (PSB)
- Otto Alencar (PSD)
- Roberto Muniz (PP)
Ceará
- José Pimentel (PT)
Distrito Federal
- José Reguffe (sem partido)
- Cristovam Buarque (PPS)
Espírito Santo
- Magno Malta (PR)
Pará
- Paulo Rocha (PT)
Pernambuco
- Humberto Costa (PT)
Piauí
- Regina Souza (PT)
- Elmano Ferrer (Podemos)
Paraná
- Roberto Requião (MDB)
- Alvaro Dias (Podemos)
- Gleisi Hoffmann (PT)
Roraima
- Telmário Motta (PDT)
- Angela Portela (PT)
Rio Grande do Norte
- Fátima Bezerra (PT)
Rio de Janeiro
- Romário (Podemos)
- Lindberg Farias (PT)
Rio Grande do Sul
- Paulo Paim (PT)
São Paulo
- Marta Suplicy (MDB)
Sergipe
- Carlos Valadares (PSB)
- Maria do Carmo (DEM)
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Foto: BNC Amazonas