Congresso quer auxĂ­lio fora do teto de gastos e tem apoio do governo

A posiĂ§Ă£o de Arthur Lira e de Rodrigo Pacheco sinaliza que o governo e o Congresso negociam uma forma de incluir as despesas da nova rodada do auxĂ­lio no "extrateto de gastos"

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Publicado em: 09/02/2021 Ă s 18:47 | Atualizado em: 09/02/2021 Ă s 18:50

O Congresso Nacional deu sinal verde, nesta terça-feira (9), de que quer uma via expressa para a retomada do auxílio emergencial.

Os gastos com o benefĂ­cio devem ficar de fora do limite do teto de gastos, de acordo com publicaĂ§Ă£o do EstadĂ£o, compartilhada pelo R7.

O teto de gastos Ă© a regra que proĂ­be que as despesas cresçam em ritmo superior Ă  inflaĂ§Ă£o.

AlĂ©m disso, ao contrĂ¡rio do que defende o ministro da Economia, Paulo Guedes, a nova rodada do auxĂ­lio nĂ£o deve prever contrapartidas, como a aprovaĂ§Ă£o de medidas de controle de gastos.

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Enquanto o presidente da CĂ¢mara, Arthur Lira (PP-AL), acenou com a possibilidade de o Congresso abrir uma “excepcionalizaĂ§Ă£o temporĂ¡ria” do orçamento para garantir o pagamento de novas parcelas do auxĂ­lio, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), foi alĂ©m.

Ele disse que nĂ£o Ă© possĂ­vel condicionar a concessĂ£o do benefĂ­cio a medidas de ajuste fiscal, com o argumento de que a emergĂªncia e a urgĂªncia da situaĂ§Ă£o nĂ£o podem esperar. 

“SĂ³ temos duas saĂ­das: ou votamos rapidamente o Orçamento ou o governo federal vai procurar alguma forma de o Congresso excepcionalizar temporariamente o pagamento, atĂ© que tenhamos Orçamento para votar um projeto de novo de inclusĂ£o mais acessĂ­vel para a populaĂ§Ă£o e que traga as pessoas que estĂ£o numa situaĂ§Ă£o muito difĂ­cil”, disse Lira em entrevista em Alagoas.

Apoio conjunto 

Na prĂ¡tica, as falas dos presidentes da CĂ¢mara e do Senado (foto) sinalizam que o governo e o Congresso negociam uma forma de incluir as despesas da nova rodada do auxĂ­lio no que os economistas chamam de “extrateto de gastos”. Ou seja, fora da contabilizaĂ§Ă£o do limite do teto. 

Essa “excepcionalizaĂ§Ă£o” poderia ser feita por meio da ediĂ§Ă£o de um crĂ©dito extraordinĂ¡rio do Orçamento. Esse tipo de crĂ©dito sĂ³ o governo pode editar.

A abertura de crĂ©dito extraordinĂ¡rio somente serĂ¡ admitida para atender a despesas imprevisĂ­veis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoĂ§Ă£o interna ou calamidade pĂºblica.

HĂ¡ dĂºvidas, entretanto, se os gastos com o agravamento da covid-19, como os de agora, podem ser incluĂ­dos na categoria de imprevisĂ­veis.

Foto: LuĂ­s Macedo/CĂ¢mara dos Deputados -3/2/2021